

Exposição individual “Dos mares, das águas”, de Nara Guichon
Exposição
- Nome: Exposição individual “Dos mares, das águas”, de Nara Guichon
- Abertura: 23 de agosto 2025
- Visitação: até 11 de outubro 2025
Local
- Local: Carmo Johnson Projects
- Evento Online: Não
- Endereço: Rua Anunze, 249 - Boaçava / Alto de Pinheiros – São Paulo
"Dos mares, das águas"
Exposição individual de NARA GUICHON
A Galeria Carmo Johnson Projects tem o prazer de apresentar a primeira exposição individual de Nara Guichon em São Paulo, “Dos mares, das águas”, com curadoria de Paula Ramos. A abertura foi no dia 23 de agosto, sábado, no espaço localizado no bairro Alto de Pinheiros.
A mostra apresenta um recorte inédito da produção recente de Nara Guichon (Santa Maria, RS, 1955), artista têxtil, designer e ambientalista cuja obra costura práticas artesanais, urgência ecológica e poética da regeneração. Radicada em Florianópolis desde a década de 1980, Nara constrói sua trajetória com base em três pilares fundamentais: a maestria no uso de técnicas manuais como tricô, bordado e tear; o reaproveitamento de materiais descartados, especialmente redes de pesca abandonadas no mar; e a profunda conexão com o meio ambiente, em especial com o litoral sul catarinense e a Mata Atlântica.
Com curadoria de Paula Ramos, crítica de arte e professora do Instituto de Artes da UFRGS, a exposição propõe uma imersão nos universos sensíveis e simbólicos que atravessam a obra da artista. Nas palavras da curadora: “A poética de Nara nasce da perplexidade frente à destruição dos mares e da vida marinha. A cada peça, ela recolhe, limpa, cura e transforma um fragmento desse luto em símbolo de regeneração. Seus trabalhos não são apenas esculturas têxteis — são rituais silenciosos de resistência.”
Os trabalhos apresentados foram criados a partir de redes coletadas por pescadores ou encontradas pela própria artista durante suas caminhadas diárias à beira-mar. Após um longo processo de limpeza e purificação com água e sabão natural, as redes passam por tingimentos orgânicos à base de cúrcuma, erva-mate, casca de cebola e ferro. Em um verdadeiro ritual alquímico, a artista extrai ocres, verdes, ferrugens e roxos, que matizam formas que lembram ninhos, corais, raízes, arquipélagos, membranas e organismos marinhos.
A exposição “Dos mares, das águas” convida o público a experimentar os trabalhos não apenas como objetos visuais, mas como corpos vivos, em diálogo com o oceano, a memória e o futuro. Formas que evocam ninhos, corais, redes de proteção, organismos marinhos e geografias frágeis habitam o espaço expositivo em suspensões, tramas e volumes que parecem emergir da própria terra ou do fundo do mar.
Trabalhando sem esboços ou planejamento prévio, Nara Guichon tece a partir do instinto. Suas obras desafiam padrões e normas da tapeçaria tradicional: há volumes, reentrâncias, torções, suspensões. Em algumas, estruturas de madeira ou metal — também reaproveitadas — dão suporte ao que se torna escultura, instalação e corpo.
“Nara recupera saberes ancestrais do fio e da trama, incorporando uma ética do cuidado, da escuta e da resistência. Sua obra nos convoca a pensar não apenas sobre o lixo marinho, mas sobre os modos de vida que elegemos, sobre a urgência de tecer outras relações com o mundo”, aponta Paula Ramos.
Ao longo de quatro décadas, Nara Guichon atuou nas áreas de moda e design sustentável, sempre guiada pelos princípios da ética ambiental. A partir de 2017, passou a se dedicar exclusivamente à produção artística, em um percurso silencioso e rigoroso que, em 2024, foi reconhecido com o Prêmio PIPA — um dos mais importantes da arte contemporânea brasileira.
A exposição Dos mares, das águas é um convite à escuta atenta das matérias que nos cercam e à lembrança de onde viemos: dos mares, das águas. Em um momento de colapso ecológico global, as redes de Nara Guichon nos oferecem caminhos para reatar conexões perdidas, para curar feridas invisíveis, para imaginar futuros possíveis.
Nara Guichon (Santa Maria, RS, 1955), artista têxtil, designer e ambientalista cuja obra une práticas artesanais, engajamento ecológico e ressignificação de materiais. Radicada em Florianópolis desde 1983, Nara desenvolve sua produção a partir de três pilares fundamentais: o domínio técnico das práticas manuais com fios, como tricô, bordado e tear; o compromisso com o reaproveitamento de materiais e a sustentabilidade; e a profunda conexão com o meio ambiente, especialmente com o bioma da Mata Atlântica. Desde o final dos anos 1990, sua pesquisa se volta ao uso de redes de pesca descartadas, conhecidas como redes-fantasma, recolhidas do mar e transformadas em objetos poéticos que denunciam a degradação ambiental.
Com esse gesto, Guichon une o rigor formal à urgência ecológica, criando obras que resgatam um material destrutivo e o convertem em símbolo de regeneração. Ao longo de quatro décadas de atuação nas áreas de moda e design sustentáveis, Nara Guichon recebeu diversos prêmios no Brasil e no exterior. Desde 2017, dedica-se exclusivamente à produção artística, em uma trajetória silenciosa e consistente que culminou, em 2024, na conquista do Prêmio PIPA, um dos mais importantes reconhecimentos da arte contemporânea brasileira.Sua obra nos convida a pensar o tempo, o cuidado e a responsabilidade como fios que tecem o futuro.
Serviço
Exposição individual: NARA GUICHON – "Dos mares, das águas"
Curadoria de Paula Ramos
Exposição 23 de agosto – 11 de outubro de 2025
Rua Anunze, 249 - Boaçava / Alto de Pinheiros