Exposição individual "Devir", de Karen de Picciotto
Exposição

Exposição individual "Devir", de Karen de Picciotto

Exposição

  • Nome: Exposição individual "Devir", de Karen de Picciotto
  • Abertura: 09 de setembro 2025
  • Visitação: até 25 de outubro 2025

Local

  • Local: Centro Cultural Correios Rio de Janeiro
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Rua Visconde de Itaboraí 20, Centro - Rio de Janeiro

Exposição "Devir", de Karen de Picciotto, ocupa o Centro Cultural Correios RJ a partir de 9 de setembro



A artista Karen de Picciotto apresenta a exposição individual Devir, com curadoria de Jurandy Valença, a partir de 9 de setembro no Centro Cultural Correios Rio de Janeiro. A mostra, instalada na Galeria I, no segundo andar do edifício, reúne cerca de 28 obras de forte impacto visual, e algumas de grande escala, propondo ao público uma reflexão sobre a dualidade dimensional de sua produção e os limites entre pintura e escultura.


Por meio de uma técnica singular desenvolvida pela própria artista, Karen rompe com os paradigmas tradicionais da pintura ao explorar obras que flutuam entre o bidimensional e o tridimensional, entre o pictórico e o escultórico. "São obras que parecem fossilizadas, como se estivessem decantando há tempos no fundo do mar e fossem resgatadas para o deleite do nosso olhar em torno de um passado fossilizado", descreve o curador.


Utilizando esmalte sintético — tinta à base de óleo de secagem lenta —, a artista lança mão do clássico pincel e, em vez disso, usa ventiladores para conduzir o gotejamento da tinta sobre objetos e telas. Esse processo cria camadas densas de cor e textura, conferindo relevo e volume aos suportes. A tinta, em vez de ser aplicada manualmente, é direcionada pelo vento, subvertendo a gestualidade tradicional do ato de pintar.


Parte das obras da exposição se constituem a partir da relação entre objetos sobrepostos a telas criando composições em negativo e positivo. Por meio da repetição deste processo, Karen espelha os elementos da composição, questionando a natureza da pintura e da escultura.


Nas palavras do curador, "o gesto da artista é o tempo". A ação do tempo, somada ao acaso do processo, é parte constitutiva da obra. Ao renunciar ao controle total sobre o resultado, Karen propõe uma imagem que se manifesta por si só — autônoma, acidental e sensorial.


Devir aponta para o movimento contínuo da transformação — conceito filosófico que inspira o título da exposição. Assim como o pensamento de Hegel, a prática de Karen de Picciotto sugere que a arte, assim como o mundo, está em constante processo de vir-a-ser.


Sobre a artista

Nascida e residente de São Paulo, Karen de Picciotto é formada em Administração de empresas na PUC SP e em Artes Visuais na Escola Panamericana de Artes SP. Com currículo extenso, Karen estudou em Oxford e na USP, além de vários outros cursos técnicos e de especialização em áreas diversas.


Foi na época de escola que começou o seu interesse em artes, fascinada pelas imagens e ilustrações nos livros didáticos, a artista cresceu colecionando fascículos e livretos de séries sobre grandes artistas. Karen de Picciotto começou a pintar aos vinte anos, porém pausou sua produção para se dedicar à sua primeira formação em Administração e, posteriormente, trabalhou com desenvolvimento de produtos. A artista, porém, nunca parou de ter interesse nas artes, e neste período foi em que realizou seus muitos cursos artísticos, refinando métodos e o seu olhar.


Profundamente interessada em processos artísticos e novas maneiras de pintar, a artista acabou por descobrir um fio condutor. Uma de suas obras estava próxima a um ventilador, a bolsa de tinta usada para pintar, rompeu, e a tinta foi soprada ao chão. Vendo as linhas soltas e coloridas que o vento criou, Karen de Picciotto inspirou-se para iniciar o que agora é sua pesquisa artística.


Objetos cotidianos, porém quase sempre opulentos e luxuosos, são ressignificados através das mais diversas cores sopradas sobre eles. O processo começou pelo desejo de criar a silhueta de um objeto na tela através do negativo do soprar da tinta. A artista, porém, interessou-se não só pela tela resultante, mas também pelo objeto, agora texturizado e profundamente modificado pelas camadas abstratas de tinta.


A pintura aplicada é tão escultórica quanto o objeto final, fazendo-se entender o conceito "Materialidade da pintura", como José Augusto Ribeiro descreveu o trabalho de Karen. Entende-se a volumetria não só do objeto, mas da própria pintura, que transforma-o em obra de arte em vez de mero copo ou bandeja.


Aplicadas através do posicionamento cuidadoso dos ventiladores e uma paleta cromática precisa, as cores são em tinta esmaltada. A artista estuda-a, desde as cores claras serem mais viscosas que as escuras, modificando como são sopradas, até as películas formadas em torno de acúmulos maiores, criando as estalagmites de tinta tão características na sua produção. Considerada uma tinta 'barata', Karen de Picciotto explora a interação da tinta esmaltada, considerada comum, sobre objetos de luxo, criando uma relação entre estes que busca estranheza e incômodo no espectador. A artista ressignifica o todo, a tinta, o objeto e o ato de pintar, gerando possibilidades.


Com forte presença da arte contemporânea, um toque de pop art, Karen abarca um leque de referências. As cores soltas e vibrantes da Katharina Grosse, as esculturas em algum lugar entre grotesco e pop art de Paul McCarthy e Mike Keller, às pinturas de caráter arquitetônico de multicamadas e enormes escalas de Julie Mehretu.


Karen de Picciotto tem vinte anos de carreira artística, permeada de premiações e mais de vinte exposições coletivas e individuais.


Sobre a 18

A 18 é uma galeria de arte contemporânea com uma seleção de artistas renomados e em ascensão, de diferentes vertentes, estilos e suportes.


Desde seu início, preocupa-se em criar e expandir relações dentro do mundo da arte, seja com os artistas, clientes ou espectadores, que encontram na 18 um ambiente receptivo, diferente da hostilidade hermética vista em outras galerias.


Seu time, com diversos artistas representados, oferece vários tipos de experimentações resultando em uma pluralidade visual e cultural que poucos locais possuem.


SERVIÇO

Centro Cultural Correios Rio de Janeiro

Local: Rua Visconde de Itaboraí 20, Centro - Rio de Janeiro/RJ

Vernissage: 09/09/2025, 16hOO as 20hOO Período: 10/09 a 25/10 de 2025

Visitação: Terça a Sábado 1 12h às 19h.

ENTRADA GRATUITA

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