Exposição individual "Arena", de Felipe Rezende
Exposição

Exposição individual "Arena", de Felipe Rezende

Exposição

  • Nome: Exposição individual "Arena", de Felipe Rezende
  • Abertura: 30 de agosto 2025
  • Visitação: até 16 de outubro 2025

Local

  • Local: Galeria Leme
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Av. Valdemar Ferreira, 130, Butantã

Felipe Rezende: Arena


30 de agosto - 16 de outubro de 2025



A Galeria Leme tem o prazer de apresentar Arena, segunda exposição individual de Felipe Rezende em seu espaço. Com texto crítico de Amanda Tavares, a mostra reúne um conjunto em sua maior parte inédito de pinturas e instalações que ampliam a investigação do artista sobre deslocamentos geográficos, sociais e simbólicos, e suas tensões subsequentes.


Em suas obras, Rezende coleciona um vocabulário imagético para construir paisagens densas, habitadas por figuras humanas, semi-humanas e não-humanas, onde o real e o imaginário se sobrepõem. Combinando dados, imagens da internet, dispositivos de realidade aumentada e materiais industriais, suas composições são atravessadas por forças de ordem social, de classe, trabalho e meio ambiente.


Uma das obras da mostra parte de uma viagem recente do artista para o oeste da Bahia, no qual visitou uma fazenda de soja e milho. Lá confrontou-se com a fricção de coexistência entre a tecnologia de ponta e sua obsolescência em tanta evidência no local. Como escreve a curadora Amanda Tavares, o artista encontrou as "ruínas humanas e não-humanas espalhadas pelo terreno como vestígios de ciclos de vida exaustos, que acenam para o que persiste à margem da eficiência tecnológica."


A obra que dá título à mostra, Arena, apresenta uma lona suspensa por uma estrutura circular no espaço expositivo, uma espécie de abrigo por fora, mas internamente marcados por sobreposições de tempos, matérias e narrativas. Mais do que um suporte pictórico, a lona funciona para o artista como corpo e território, carregando marcas e memórias desses deslocamentos.


Do outro lado da galeria, Rezende apresenta pela primeira vez em São Paulo a obra Uma solução prodigiosa para um problema barulhento (2025), exibida anteriormente na Fundação Vera Chaves Barcellos durante a 14ª Bienal do Mercosul. Com quase quatro metros de extensão, a pintura parte da saturação de imagens e dados que nos bombardeiam diariamente para parodiar os discursos de inovação e eficiência na indústria agrícola. Ao suspender imagens de veículos acidentados e incendiados junto a figuras humanas inspiradas, a obra sugere que existe um ruído entre o colapso e a apatia.


Cinco outras novas pinturas sobre lona de caminhão também ocupam o espaço expositivo, desdobrando ideias e diálogos que o artista entrelaça em suas instalações, ao mesmo tempo em que exploram o universo mais íntimo de suas figuras.


Arena articula o choque entre espaços e tempos vividos pelo artista, compondo um retrato social verossímil. Ao reunir fragmentos, aparições e resíduos, Felipe Rezende transforma a paisagem em campo de forças onde, como conclui a curadora, "a realidade orienta a invenção tanto quanto a invenção orienta a realidade."


Sobre o artista

Salvador, Brasil, 1994. Vive e trabalha entre Barreiras e São Paulo, Brasil.

 

Felipe Rezende trabalha sobretudo com desenho, pintura e suas possibilidades expansivas, traçando um encontro com o cotidiano e os elementos nele contidos. Rezende usualmente cria a partir do desenho e da pintura, utilizando como suporte lonas e outros objetos garimpados em espaços urbanos e rurais. As lonas de caminhão usadas por Rezende em seus trabalhos remetem a sua materialidade, como um material que congrega experiências acumuladas por pessoas, narrativas e imagens que cruzaram a extensão do país. Sua pesquisa debruça-se sobre o universo do trabalho através de relações com seus agentes, histórias, ferramentas e lugares. O artista cria imaginários sobre cenas de trabalho, articulando também outros assuntos e elementos para a construção de arranjos que habitam o limiar entre onirismo e testemunho, ficção e realidade.


Exposições individuais: Lonjuras, Centro Cultural São Paulo, São Paulo, Brasil (2024); O último buritizeiro, Galeria Leme, São Paulo, Brasil (2023); Sonho, queda livre, RV Cultura e Arte, Salvador, Brasil; Long is the Road, Jack Bell Gallery, Londres, Inglaterra (2022) e Ladeira da fonte, Mouraria 53, Salvador, Brasil (2019).


Exposições coletivas: 14ª Bienal do Mercosul (curadoria de Raphael Fonseca), Porto Alegre, Brasil (2025); Salón ACME No. 11, Proyectos Públicos, Cidade do México, México (2024); Essas pessoas na sala de jantar (curadoria de Raphael Fonseca), Fundação Casa Eva Klabin, Rio de Janeiro, Brasil (2023); Los gestos del trabajo (curadoria de Benedetta Casini e Clarisa Appendino), BienalSur, Espacio Ente de Cultura, Tucumán, Argentina (2023); O Corpo Invisível da Memória (curadoria de Tainá Azeredo e Valquíria Prates), Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil (2023); Encruzilhada (curadoria de Daniel Rangel e Ayrson Heráclito), Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador, Brasil (2022); 7º Prêmio EDP nas Artes (artista premiado), Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil (2020), dentre outras.


O seu trabalho integra coleções tais como: Fundação Vera Chaves Barcellos, Viamão, Brasil; Coleção de Arte da Cidade, São Paulo, Brasil; Galeria Antônio Sibasolly, Anápolis, Brasil; Fundação Cultural do Estado da Bahia, Salvador, Brasil e Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC-BA), Salvador, Brasil.


Sobre a curadora

Amanda Tavares


Doutora e pós-doutora em História da Arte. Atua no campo da pesquisa, curadoria e editorial. Entre seus trabalhos mais recentes, estão a curadoria adjunta em "Fullgás: artes visuais e anos 1980 no Brasil" (2024-2025), a coordenação editorial da 14ª Bienal do Mercosul-Estalo (2025) e a organização da coletânea "Arte Popular: modos de usar," (2025) publicada em parceria com o Instituto Tomie Ohtake e a editora Martins Fontes a partir de sua pesquisa sobre a arte popular articulada à arte moderna e contemporânea no Brasil. Foi membro do júri OPENING Lisbon 2024 Award, na Feira de Arte Contemporânea ARCO-Lisboa, Lisboa.


Serviço

Abertura: 30.08.2025 / 13h - 17h

Período expositivo: 30.08.2025 – 16.10.2024

Local: Av. Valdemar Ferreira, 130, Butantã - São Paulo, SP, Brasil

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