

Exposição individual "A Sociedade Subatômica", de Marco Maggi
Exposição
- Nome: Exposição individual "A Sociedade Subatômica", de Marco Maggi
- Abertura: 29 de março 2025
- Visitação: até 24 de maio 2025
Local
- Local: Nara Roesler
- Evento Online: Não
- Endereço: Avenida Europa, 655
A Sociedade Subatômica
Marco Maggi
A Nara Roesler São Paulo tem o prazer de apresentar A Sociedade Subatômica, individual do artista uruguaio Marco Maggi. Com 14 trabalhos, a exposição apresenta majoritariamente criações recentes do artista, produzidas nos últimos dois anos.
Com trajetória iniciada na década de 1990, Marco Maggi tem no funcionamento do olhar contemporâneo – pautado pelo excesso de velocidade, imediatismo e voracidade –, e em sua crítica, o ponto de partida de seu trabalho. Temos muitas vezes, como consequência disso, uma mirada descomprometida e apressada sobre o mundo que nos rodeia, algo que é rechaçado pelas proposições do artista que seguem pelo caminho oposto ao descrito, instigando o espectador a exercitar uma presença ativa que nos parece destoar da lógica atual em que estamos inseridos, apesar da obsessão dos nossos tempos com práticas como o mindfulness.
Sob um olhar desatento, os trabalhos de Maggi parecem silenciosos, e, em alguns casos, quase imperceptíveis. A escala miniaturizada em que são realizados demanda um olhar presente do espectador. Dessa forma, desvela-se o que a princípio custa a se mostrar: complexos, intrincados e minúsculos padrões geométricos, tracejados, linhas e até mesmo estruturas com certa vocação arquitetônica emergem do suporte e revelam uma inesperada e imbricada trama.
Para Maggi, sua exposição tem uma ligação direta com o universo das ciências naturais, em especial na virada da Física Clássica para a Física Quântica, ocorrida na primeira metade do século XX. Essa relação nos é introduzida pelo título A Sociedade Subatômica. Enquanto a Mecânica Clássica se ocupa das forças que agem em corpos geralmente maiores que um átomo, a Física Quântica nos lança justamente sobre o universo subatômico, onde “aumentam as instabilidades, as incertezas e as imprecisões. Essas características são definidoras do mundo subatômico por excelência, e em muito se relacionam com a maneira com que vemos e nos comunicamos na sociedade atual” explica o artista.
Além de trabalhos de papel sobre dibond, exemplares da prática que o artista vem desenvolvendo na última década, a exposição também reúne alguns trabalhos nos quais os suportes são objetos variados, como placas de acrílico, mesas de bilhar, bolas de ping-pong e esferas de acrílico, nos quais Maggi constrói suas complexas redes e tramas.
Outro aspecto que evidencia a importância da escala em seu trabalho é a dificuldade de registrá-lo, dado que seus detalhes minuciosos raramente podem ser retidos em uma única fotografia. Da mesma forma que a percepção para sua poética necessita ser detida e minuciosa, o mesmo se dá no âmbito do registro, no qual a câmera necessita estabelecer uma outra relação com o trabalho, muito mais próxima, para então captar os mínimos detalhes da obra, tornando o panorama uma inútil paisagem.
Em texto sobre o trabalho de Maggi na ocasião em que o artista representou o Uruguai na Bienal de Veneza, o filósofo François Cusset, pontuou acerca do método do artista: “traços lidam com o significado; eles qualificam o que merece ser inscrito: por outro lado, o insignificante não deixa rastros, o banal não tem memória, tudo desaparece com o instante de sua relevância. Marco Maggi vira essa ordem estabelecida de cabeça para baixo; esculpindo e cortando, ele transforma o insignificante em traço, o vácuo em arquivo, a sombra em alfabeto, o detalhe em cosmos e as mais ínfimas variações naquela famosa revolução que havíamos desistido de esperar”.
Sobre Marco Maggi
Marco Maggi vive e trabalha em Nova York , Estados Unidos, e Montevidéu, Uruguai. Expõe individualmente desde 1998. Exposições individuais recentes incluem: O papel é inocente, no Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia (MuBE) (2018), em São Paulo, Brasil; Putin’s Pencils, na Sicardi Gallery (2017), em Houston, Estados Unidos; Piano Piano, no Espacio Monitor (2016), em Caracas, Venezuela; Drawing Attention, no Kemper Museum of Contemporary Art (2015), em Kansas, Estados Unidos. Participou também da 25ª Bienal de São Paulo, Brasil (2002); da 8ª Bienal de Havana, Cuba (2003); da 29ª Bienal de Pontevedra, Espanha (2006). Algumas das mostras coletivas em que apresentou seu trabalho recentemente são: Art_Latin_America: Against the Survey, no Davis Museum at Wellesley College (2019), em Wellesley, Estados Unidos; Latinoamérica: volver al futuro, no Museo de Arte Contemporáneo de Buenos Aires (MACBA) (2018), em Buenos Aires, Argentina; Tension and Dynamism, no Atchugarry Art Center (2018), em Miami, Estados Unidos; Paper into Sculpture, no Nasher Sculpture Center (2017), em Dallas, Estados Unidos. Tem obras em importantes acervos, tais como: Art Institute of Chicago, Chicago, Estados Unidos; Daros Foundation, Zurique, Suíça; Cisneros-Fontanals Foundation (CIFO), Miami, Estados Unidos; Solomon R. Guggenheim Museum, Nova York, Estados Unidos; Drawing Center, Nova York, Estados Unidos; e Museum of Modern Art (MoMA), Nova York, Estados Unidos.
Sobre Nara Roesler
Nara Roesler é uma das principais galerias de arte contemporânea do Brasil, representa artistas brasileiros e latino-americanos influentes da década de 1950, além de importantes artistas estabelecidos e em início de carreira que dialogam com as tendências inauguradas por essas figuras históricas. Fundada em 1989 por Nara Roesler, a galeria fomenta a inovação curatorial consistentemente, sempre mantendo os mais altos padrões de qualidade em suas produções artísticas. Para tanto, desenvolveu um programa de exposições seleto e rigoroso, em estreita colaboração com seus artistas; implantou e manteve o programa Roesler Hotel, uma plataforma de projetos curatoriais; e apoiou seus artistas continuamente, para além do espaço da galeria, trabalhando em parceria com instituições e curadores em exposições externas. A galeria duplicou seu espaço expositivo em São Paulo em 2012 e inaugurou novos espaços no Rio de Janeiro, em 2014, e em Nova York, em 2015, dando continuidade à sua missão de proporcionar a melhor plataforma possível para que seus artistas possam expor seus trabalhos.
Serviço
marco maggi
a sociedade subatômica
abertura
29 de março, 11h–15h
exposição
29 de março–24 de maio, 2025
nara roesler são paulo
avenida europa, 655