Exposição "Igor Vidor – ‘Animal Ferido’"

GALERIA VERVE INAUGURA “ANIMAL FERIDO”, EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL DE IGOR VIDOR COM TEXTO CRÍTICO DE CAROLLINA LAURIANO

A mostra, que encerra o ciclo de exposições de 2022 da galeria, consolida seu programa artístico comprometido com a análise crítica da atual realidade política e social latino-americana.

No dia 12 de Novembro, a VERVE inaugura Animal Ferido, exposição individual de Igor Vidor com texto crítico de Carollina Lauriano. O artista, que em sua pesquisa investiga mecanismos de poder e opressão, apresenta trabalhos inéditos que incorporam sinais de violência e injustiça social profundamente enraizadas no cotidiano da sociedade brasileira, refletindo como estas condições se repetem e perpetuam símbolos de violência, que ganham novos significados ao longo do tempo.

Em Animal Ferido, Vidor procura construir uma genealogia da violência a partir dos primeiros eventos do Brasil República, apresentando um conjunto de obras que lidam com representações alegóricas da Flora e, principalmente, da Fauna brasileiras, com símbolos diretamente ligados às instituições que detém o monopólio da força no país, em continuidade a sua investigação acerca da alegoria na produção da imagem da Segurança Pública perante a sociedade. Através de colagens, impressões e esculturas, o artista investiga a História e cria paralelos a partir da junção de objetos e diferentes materiais, como o latão e a aramida (tecido à prova de balas). Essa variedade de peças reivindica uma arte conceitual de episteme latino-americana, que se desvia de padrões eurocêntricos e procura reconstituir um cenário possível somente no Brasil.

Neste movimento, Vidor ainda conta com outros dois artistas convidados, que adicionam camadas de complexidade à exposição: Gilson Plano e Silvio Borges, que contribuem com uma visão mais onírica e poética acerca das bestialidades a serem apresentadas em Animal Ferido. Sobre o conceito geral da mostra, a curadora Carollina Lauriano observa que “Animal Ferido não se propõe a tecer comentários diretos sobre como a extrema direita tomou o país de assalto, criando resultados desastrosos para a sociedade brasileira como um todo, (...) mas apresenta caminhos para compreender os perigos de uma história única que, em um primeiro momento se apresenta como tragédia, depois como farsa.”, conclui.

Exposição: Animal Ferido

Artista: Igor Vidor

Texto Crítico: Carollina Lauriano

Coordenação: Allann Seabra e Ian Duarte

Abertura: 11 de Novembro de 2022 [Sábado], das 12:00 às 17:00.

Período: 11 de Novembro [Abertura ao Público] à 22 de Janeiro de 2023.

Local: Galeria Verve – www.vervegaleria.com

Endereço: Avenida São Luis, 192 – Sobreloja 06 [Edifício Louvre] – República [Centro], São Paulo – SP.

Telefone: (11) 3237-3247

Horários: Terça a sexta-feira, das 11:00 às 18:00 / Sábado, das 12:00 às 17:00

Técnica: Instalação, colagem, escultura e desenho.

E-mail p/ Contato: contato@vervegaleria.com

Igor Vidor

Em sua pesquisa, Igor Vidor (São Paulo – 1985) investiga as complexas camadas de violência envolvidas no negócio de segurança e como os fluxos de comércio em escala global contribuem para o bárbaro cenário cotidiano de cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo - por seu ativismo, recebeu ameaças de morte e teve que deixar seu país de origem com sua família. O artista desenvolveu residências artísticas no Brasil, na Coréia do Sul e na Alemanha, participando Residência Pro Helvetia em Zurique, na Suíça. Seu trabalho tem sido apresentado em inúmeras exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, além de integrar as coleções permanentes do Pérez Art Museum (Miami, EUA), do Museu de Arte do Rio (MAR) e do Itaú Cultural.

Silvio De Camillis Borges

O artista vem elaborando narrativas poéticas que alargam índices de funcionalidades de trabalhos braçais a partir da abstração de gestos e formas, de corpos e ferramentas. Seus trabalhos tensionam o embate entre o labor, o corpo e tais ferramentas nos permitindo pensar o coeficiente poético desta produção em contraposição aos processos de desterritorialização das nossas identidades e do achatamento de nossas subjetividades.

Gilson Plano

Gilson Plano (Goiânia, Goiás, 1988) é artista, educador e gestor cultural, desenvolve trabalhos e pesquisa na intersecção de escultura, ação e narrativas. Investiga em sua produção artística o imaginário sobre a história do corpo preto acompanhadas das idéias de peso, ficção e encantamento. Doutorando no programa de pós-Graduação em artes da UERJ. Fez parte do programa deformação da EAV Parque Lage – 2019; Pivô Arte e Pesquisa – 2021#3 – 2021. Participou de exposições coletivas como “Festival do Valongo” 2019; “A casa carioca” – MAR; “Hábito e Habitante” – EAV, entre outras; Suas mostras individuais incluem “Turvo” – 2020 e “Como erguer tempestades” – 2021 e “Pássaros e Pedras” 2022.

Carollina Lauriano

Carollina Lauriano (1983, São Paulo) é formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo. Tem extensão em Pesquisa e Análise de Tendências (em arte, design e moda) pela Central Saint Martins/University of the Arts London (ual) e atua como curadora independente desde 2017. De 2018 a 2020 integrou o time de curadoria e gestão do Ateliê397, um dos principais espaços independentes de arte de São Paulo. Dentre os principais projetos realizados estão as exposições “Corpo além do corpo”, que discute a transexualidade feminina e a busca pelo protagonismo de novos corpos na sociedade, “Céus Cruzados”, individual da artista Sol Casal e “A noite não adormecerá jamais nos olhos nossos”, que reuniu artistas racializadas na Galeria Baró para apresentar e discutir a produção de corpos dissidentes dentro do mercado de arte. Curadora adjunta da 13ª. edição da Bienal do Mercosul, mostra que acontece em Porto Alegre em 2022.