Exposição "Gramática do Instante e do Infinito", de José Eduardo Agualusa.

Ler a luz, ouvir as sombras

No dia 7 de novembro, às 18h, a Galeria Mercedes Viegas terá o prazer de inaugurar a exposição "Gramática do Instante e do Infinito", do fotógrafo angolano, e também escritor renomado, José Eduardo Agualusa.

As seis fotos selecionadas para a mostra, todas em preto e branco, foram feitas durante uma viagem de Agualusa à Ilha de Moçambique. Os registros revelam o encantamento do autor com as paisagens marítimas e com sua mulher, Yara, à época grávida da segunda filha, Kianda Ainur.

Inspirada por poetas como Rui Knopfli e Mia Couto — que contribui com o texto de apresentação da exposição (abaixo) —, a exposição homenageia a ilha como um símbolo de encontro cultural e paz.

Antes do Rio, a exposição passou pela capital moçambicana, Maputo, e pelas cidades portuguesas de Lisboa, Guarda e Beja.

"Gramática do Instante e do Infinito" estará aberta ao público até 29 de novembro, de segunda a sexta, das 12h às 19h; aos sábados, entre 15h30 e 19h30.

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"Ler a luz, ouvir as sombras", por Mia Couto

Não vejo. Leio estas fotografias. Leio-as como se fossem um livro, como se contassem uma história. O meu encantamento é o mesmo que me assalta perante as narrativas literárias do Agualusa. Diz-se que uma imagem vale mil palavras. O inverso também é verdade: uma palavra pode dizer mais do que mil imagens. Neste caso, não sei se vejo, se escuto. Não sei de quem é a autoria do olhar: se sou eu que vejo ou se sou eu quem é contemplado. Entre a ilha dos escritores e o escritor de ilhas, José Eduardo Agualusa escreveu histórias com luzes e sombras. As paisagens e os rostos são a fronte e o verso da mesma página.

josé eduardo agualusa | GRAMÁTICA DO INSTANTE E DO INFINITO | 08.11 > 29.11.24

Mercedes Viegas Arte Contemporanea

Endereço: R. Abreu Fialho, 5S - Jardim Botânico, Rio de Janeiro - RJ, 22460-240