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Exposição "Flavio-Shiró, 96 anos, presente"
Exposição

Exposição "Flavio-Shiró, 96 anos, presente"

Exposição

  • Nome: Exposição "Flavio-Shiró, 96 anos, presente"
  • Abertura: 21 de outubro 2024
  • Visitação: até 30 de novembro 2024

Local

  • Local: Pinakotheke Cultural
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Rua São Clemente 300, Botafogo, Rio de Janeiro

Flavio-Shiró, 96 anos, presente



Aos 96 anos, o artista nipo-brasileiro Flavio-Shiró continua em plena atividade, e ganha uma exposição na Pinakotheke Cultural – "Flavio-Shiró, 96 anos, presente" – que vai apresentar ao público, a partir de 21 de outubro de 2024, um raro conjunto de suas pinturas criadas entre 1940 e 1950, e sua também sua produção atual, em aquarela e nanquim sobre papel, de 2023 e 2024, em um total de aproximadamente 70 obras.  Uma sala será dedicada a Shiró fotógrafo, fato inédito em suas mostras, com registros feitos por ele ao longo de sua vida. O público verá também cadernos com aquarelas produzidas durante a pandemia, em que o artista reflete sobre si mesmo e seu entorno.


O texto da exposição é de Paulo Miyada, diretor artístico do Instituto Tomie Ohtake, e a curadoria é de Max Perlingeiro, diretor da Pinakotheke Cultural. A exposição será acompanhada de um catálogo de 80 páginas. O artista, que se divide entre Paris e Rio de Janeiro, está na cidade para acompanhar a montagem da mostra e sua abertura.


Nascido em 1928, em Sapporo, na ilha de Hokkaido, no Japão, aos quatro anos de idade o garoto Shiró Tanaka emigrou do Japão com sua família para a colônia nipônica de Tomé-Açu, no Pará, e aos oito anos "escolheu o prenome Flavio para integrar sua alcunha, cumprindo uma demanda de adaptação à língua local atendida por milhares de japoneses que tiveram o Brasil como destino de sua diáspora", conta Paulo Miyada.  "Ele conheceu a densidade da flora, da fauna e da umidade que sustentam a floresta amazônica sob um calor inclemente e sobre um solo originalmente pobre de nutrientes". Em 1939, a família se mudou para São Paulo. 


"Flavio-Shiró, 96 anos, presente" revela em suas pinturas seminais as experimentações que optavam pelo expressionismo. E seu pioneirismo, no início dos anos 1960, na pintura abstrata "dedicada ao informe, ou seja, ao rastro gestual dificilmente reconhecível ou categorizável", aponta Paulo Miyada.


Embora em sua longa vida tenha acompanhado situações de opressão e a destruição em massa por duas bombas atômicas, sua pintura sempre refletiu também sua profunda paixão pela literatura, cinema e música. "Indo um pouco além do grande arco de embate com a pintura em um mundo de violência", afirma Paulo Miyada, a "exposição nos oferece a chance de encontrar o artista em uma espécie de movimento de retorno ao lar. Não é um retorno literal, pois seu endereço segue em Paris e no Rio de Janeiro, mas, sim, seu regresso ao serendipitoso encontro com a intensa beleza prosaica do viver fazendo arte".


DESTAQUES


Hall de entrada: quatro autorretratos de Flavio Shiró – se percebe "a gama de experimentos que o artista inquieto propunha a si mesmo, testando paletas cromáticas, modos de pincelada, maneiras de configurar o espaço pictórico, as relações de figura e fundo e sombreamento, em geral, optando por roçar em recursos associados às tendências expressionistas do modernismo".


Sala 1 [à esquerda da entrada]: obras históricas, produzidas entre 1947 e 1952, como "Da minha janela (Sta. Teresa)", circa 1950, e "O mar" (1951), feitas com "pinceladas largas, com gestualidade decidida, impregnadas pelo caráter que Flavio-Shiró viria a desenvolver nos anos vindouros".


"Anêmona no 1" e "Crescendo", pinturas de 1961, são "dois excepcionais exemplos na mostra, do ponto de maior adesão de Flavio-Shiró à experimentação da pintura abstrata. São obras que comprovam o pioneirismo do artista ao explorar uma vereda de linguagem que não tinha ainda pares na produção brasileira — os quais se multiplicaram ao longo da década de 1960". "Quanto à linguagem, essa busca refeita a cada vez tornou-se uma das molas propulsoras de sua produção ao longo de mais de seis décadas", assinala Paulo Miyada.  


"Mandragore" (1961) – "desde dentro da densidade das cores escuras que aludem à sorte muito particular de trevas que existem no coração da floresta durante o dia faz emergir evocações e reminiscências de ambiências e seres".


Salão central: obras atuais, como a pintura inédita "Casulo" (2019-2020), óleo sobre tela, 67 x 192 cm, e o conjunto de 45 obras em papel, em aquarela ou nanquim, feitas em 2023 e 2024.  As aquarelas "Sem Título" trazem cenas de carnaval, uma tourada, outras têm forma circular, em que o imenso universo intelectual e a memória do artista eram ativados pela percepção de algo a sua volta, às vezes banal, uma cena de TV, e se transformava em impulso de trabalho. Quatro caixas de bombons receberam pinturas em aquarela, entre elas "Rear Window – Alfred Hitchcock" (2022-2023), e, nos 14 desenhos em nanquim, de 2023, o artista parece refletir sobre seu tempo e sua existência mais íntima.


Na última sala da exposição, serão mostradas fotografias feitas por ele, em vários períodos de sua vida, e será projetado o filme "Origens, Sonhos, Pesadelos, O ateliê e Pintando" (2018), com roteiro e direção de Margaux Fitoussi e Adam Tanaka, neto do artista.


Max Perlingeiro relata que em 2018, ouviu de Flavio-Shiró, então aos 90 anos: "Sinto as raízes dos três continentes se entrelaçando. Nas profundezas do meu ser me conscientizo de que sou um cidadão do mundo". "Hoje", segue o curador", perguntei a ele, aos 96 anos: E agora? E ele me respondeu: 'os meus desenhos saíram das linhas das minhas mãos'".



Serviço: Exposição "Flavio-Shiró, 96 anos, presente"

Visitação pública: 21 de outubro a 30 de novembro de 2024

Pinakotheke Cultural

Rua São Clemente 300, Botafogo, Rio de Janeiro

22260-004 – RJ

Telefones: 21.2537.7566      

E-mail: contato@pinakotheke.com.br

Segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, e sábados das 10h às 16h.

Entrada gratuita

Telefones: 21.2537.7566    

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