Exposição “Estudos para uma casa na árvore”, de Clarice Cunha e Manuela Costa Lima
Exposição
- Nome: Exposição “Estudos para uma casa na árvore”, de Clarice Cunha e Manuela Costa Lima
- Abertura: 31 de janeiro 2025
- Visitação: até 21 de fevereiro 2025
Local
- Local: lapa Lapa
- Evento Online: Não
- Endereço: Rua Afonso Sardinha 326, Lapa
Na próxima sexta-feira, dia 31 de janeiro, das 17h às 21h, o
lapa Lapa, espaço independente no bairro da Lapa, convida para a abertura da
exposição Estudos para uma casa na árvore.
A exposição, com curadoria de Sofía Steinvorth, resulta da residência artística realizada durante o mês de janeiro por Clarice Cunha (São Paulo, 1985) e Manuela Costa Lima (São Paulo, 1983).
As artistas, formadas em arquitetura e urbanismo, apresentam trabalhos novos desenvolvidos com materiais recolhidos nas imediações do espaço expositivo. Nas suas práticas, ambas fazem do tecido urbano a fonte para as suas instalações, sendo o caminhar, a escuta do lugar e a coleta pontos em comum para investigarem outras relações possíveis com a cidade. Aliás, foi por essa razão que se deu o convite para a residência no lapa, Lapa, espaço que se define em grande medida pelo comprometimento com o território no qual opera.
Assim, Estudos para uma casa na árvore convida a imaginar outras formas possíveis de habitar e de estar em contato com os nossos arredores. Sendo o lapa, Lapa no primeiro andar de um prédio pequeno, à altura da copa de uma árvore, trabalhou-se à volta da memória afetiva e lúdica do que para alguns poderá ter sido a primeira relação que tiveram com o pensamento arquitetônico e a criação de um ambiente singular, em que as coisas podiam ser dispostas com grande liberdade.
Dos passeios pelas zonas residenciais da Lapa, da visita a lugares icônicos como o Mercadão da Lapa, passando pelas mais recentes demolições de casas e por estabelecimentos de comércio local onde convivem o artesanato e o altamente processado, resultam quatro instalações de mediano e grande porte. Enquanto Manuela Costa Lima trabalha majoritariamente com fragmentos de mobília de madeira encontrados nas ruas, Clarice Cunha reúne elementos diversos de uso cotidiano adquiridos no comércio local. Assim, num ambiente fantástico de passarinhos de madeira feitos e pintados a mão, suportes para plantas de metal e de plástico, portas, gavetas, feijões, elásticos de cabelo, borboletas dissecadas, pedras e pedrinhas para aquários, partes de armário, ganchos para cortina de chuveiro, dobradiças, banquinhos, sacolas de crochê e balas de todas as cores e sabores, resulta uma ecologia sensível, um tanto precária e não menos delirante, carregada de história e significados. Encontrámo-nos com a substância de um lugar através do encontro minucioso com a sua materialidade e os afetos que esta evoca.
Clarice CUNHA
São Paulo, 1985
A história e a linguagem da arquitetura desempenham um papel fundamental na produção artística de Clarice Cunha . Em sua prática, articula diferentes camadas de experiência do ambiente construído contemporâneo. A partir de um processo artístico marcado pela recolha e catalogação intensiva de materiais, Clarice busca criar uma reflexão sobre o impacto da construção material humana e o modo profundo como sua intensa atividade produtiva altera o ambiente natural. Mestre em Artes Plásticas com especialização em Escultura pela Universidade do Porto (Porto, 2022). Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Mackenzie (São Paulo, 2010). Entre suas exposições individuais destacam-se Natureza morta com mercadorias, Universidade do Porto, Portugal (2022); Sondagem, Óilha plataforma de arte experimental, Porto, Portugal (2020); Pedra Fundamental, Pedras Coimbra, São Paulo, Brasil (2019). Entre as coletivas que participou recentemente destacam-se É bonita a festa, pá, Museu Bienal de Cerveira, Vila Nova de Cerveira, Portugal (2024); Derivas e Criaturas, Galeria Municipal do Porto, Portugal (2023); Luas e Águas, Sismógrafo, Porto, Portugal (2022); Passagens: 1968-2022, Casa do Olhar Luiz Sacilotto, Santo André, Brasil (2022). A artista tem obras nas coleções públicas Casa do Olhar Luiz Sacilotto, Santo André, Brasil; Coleção Municipal de Arte do Porto, Portugal.
Manuela COSTA LIMA
São Paulo, 1983
A vida e a densa trama de relações humanas das cidades é o ponto de partida de grande parte dos trabalhos de Manuela Costa Lima. Construindo um diálogo entre o corpo e o registro visual e arquitetônico da cidade, a artista produz esculturas, desenhos e instalações que tem como desafio revelar esses alumbramentos presentes no seu deslocamento. Empregando materiais da construção civil com elementos orgânicos, Costa Lima dirige seu olhar a partir de procedimentos como juntar, velar, revelar e iluminar que animam e tensionam a malha urbana. Entre suas exposições individuais recentes estão Oratório, Projeto Fidalga, São Paulo, Brasil (2024), 12, Galpão NONADA, Rio de Janeiro, Brasil (2024); Sistemas Abertos, Piscina, São Paulo, Brasil (2023); Noites Brancas, Quadra, São Paulo, Brasil (2021). Participou também das coletivas Conspiração dos Ícones, Carpintaria, Rio de Janeiro, Brasil (2024), Olhe bem as montanhas, Quadra, São Paulo, Brasil (2024); Regra de três, Galeria Estação, São Paulo, Brasil (2024); Ervas daninhas, Quadra, São Paulo, Brasil (2024); Da lua à teta, Quadra, Rio de Janeiro, Brasil (2023); Dimensão da cidade, Casa das Rosas, São Paulo, Brasil (2023); e Pablo's 21st Birthday, Pablo's Birthday Gallery, Nova York, EUA (2018).
lapa, Lapa
O lapa, Lapa atua como aparelho articulador entre artistas, projetos e públicos para dar espaço a novas propostas de exposições, cursos, mostras e debates, com o intuito de expandir e integrar as diversas linguagens e formatos de atuação dentro da produção independente e construções coletivas relevantes na contemporaneidade. Buscamos criar pontos em uma rede cultural autônoma.
Serviço
Rua Afonso Sardinha 326, Lapa, São Paulo
Abertura: 31 de Janeiro, das 17h às 22h
Exposição: 31/01–21/02 — Ter-Sex 14-19h, Sáb 11-15h
Visitação sob agendamento
Entrada gratuita