Exposição “Espíritos da Floresta: MAHKU”
Exposição

Exposição “Espíritos da Floresta: MAHKU”

Exposição

  • Nome: Exposição “Espíritos da Floresta: MAHKU”
  • Abertura: 09 de outubro 2025
  • Visitação: até 25 de janeiro 2026

Local

  • Local: Caixa Cultural Belém
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Av. Mal. Hermes, S/N – Armazém 6 – Umarizal, Belém/PA

Caixa Cultural Belém recebe exposição inédita do coletivo MAHKU


Mostra, que coincide com circuito da COP30 e com a semana do Círio de Nazaré, reúne um conjunto de aproximadamente 30 obras, em sua maioria inéditas, do coletivo MAHKU, que direciona a venda de suas telas para a aquisição de terras ao redor das aldeias Huni Kuin



A força espiritual e a política da arte do MAHKU (Movimento dos Artistas Huni Kuin) - coletivo de artistas indígenas originários da Terra Kaxinawá do Rio Jordão, no Acre - é tema da mostra “Espíritos da Floresta: MAHKU”, que acontece entre os dias 09 de outubro e 25 de janeiro de 2026, na CAIXA Cultural Belém. Com curadoria e expografia de Aline Ambrósio, a exposição reúne um conjunto de aproximadamente 30 obras, em sua maioria inéditas.


A exposição - que também é uma realização de Aline Ambrósio, conta com patrocínio da CAIXA Econômica Federal e do Governo Federal - nasce da escuta da floresta como sujeito vivo e de seus espíritos como mestres e parentes. Segundo a curadora, "Não estamos fora da Terra: somos a própria Terra. Em sua travessia entre tempos e mundos, a exposição convida o público à florestania - o direito de pertencer à floresta - e a floresticidade - a condição de viver em comunhão profunda com ela. Ao apresentar pinturas inéditas, que traduzem em imagens os cantos sagrados huni meka, o coletivo MAHKU reafirma não só a dimensão espiritual de sua produção, mas principalmente, a luta concreta pela reconquista de territórios ao redor das aldeias Huni Kuin, garantindo a preservação da floresta e de seus saberes ancestrais."


A produção do MAHKU é inseparável da luta pela preservação da floresta e dos territórios indígenas. Suas obras revivem narrativas míticas, ao mesmo tempo em que denunciam as ameaças do desmatamento, as disputas territoriais e a perda da biodiversidade. O lema “vende tela, compra tela” traduz a força dessa prática: as pinturas são ato político, instrumento de resistência cultural e reconquista territorial. O coletivo direciona a venda de suas telas para a aquisição de terras ao redor das aldeias Huni Kuin, assegurando a proteção da floresta e de seu povo. 


O núcleo principal da mostra é formado por pinturas sobre tela em grandes e médios formatos, mas a exposição se expande para além das paredes da galeria com a realização de um mural em grande formato - 30m x 4m - que será pintado pelos artistas integrantes do coletivo MAHKU na fachada da CAIXA Cultural Belém. A obra pública que será concebida integra à mostra como gesto de ampliação e diálogo, dissolvendo fronteiras entre arte e cidade; tradição e contemporaneidade; espiritualidade e ação política, ao mesmo tempo em que convida o público a experimentar a força e a presença da floresta no cotidiano urbano.


A expografia, também assinada por Aline Ambrósio, valoriza a dimensão imersiva das obras, concebendo a galeria como um espaço de atravessamento espiritual, onde pintura, canto, medicinas e a presença da floresta se entrelaçam. O painel central, sinuoso e em formato de jiboia, remete ao povo Huni Kuin, conhecido como povo-jiboia. “A narrativa curatorial e a expografia se entrelaçam e são conduzidas por Yube, a jiboia mítica do povo Huni Kuin. Guardiã do nixi pae (ayahuasca), mestra dos grafismos (kene) e a mais importante xamã, Yube atravessa terra e água; corpo e espírito; tempo e sonho. É dela que emanam os padrões visuais que sustentam a vida e a arte do povo jiboia (povo huni kuin), inspirando pinturas corporais, cerâmicas, tecelagem, jóias, arquiteturas e as telas do MAHKU. A exposição convida a colocar corpo e espírito em escuta ativa, a ver com os olhos da jiboia e a sentir a Terra como parte de si, pois nós não estamos na floresta: nós somos a floresta”, explica Ambrósio. 


A exposição coincide com a COP30 e com a semana do Círio de Nazaré, maior evento religioso da Amazônia, que mobiliza fé, espiritualidade e multidões em Belém. Nesse contexto, a mostra estabelece um diálogo profundo entre tradições espirituais: “as obras do MAHKU são mais do que pinturas - são presenças vivas, manifestações da própria fala dos espíritos da floresta. Não por acaso, MAHKU significa espírito. Enquanto a COP30 transforma Belém em palco de debates globais sobre clima, território e futuro da Terra, o Círio mobiliza a fé e a espiritualidade de milhões de devotos em celebração. O MAHKU se insere nesse contexto como uma voz direta da floresta: suas obras transmitem os cantos que evocam equilíbrio, cura e preservação, reforçando a urgência de ouvir os povos originários na construção de soluções para a crise climática”, pontua Aline Ambrósio.


Sobre o coletivo

O MAHKU - Movimento dos Artistas Huni Kuin é um coletivo de artistas indígenas originários da Terra Indígena Kaxinawá do Rio Jordão, no Acre. Suas obras traduzem visualmente os cantos sagrados huni meka, transformando a oralidade em pintura e estabelecendo diálogos entre mundos. O coletivo já realizou exposições em instituições como MASP, Pinacoteca de São Paulo, Fondation Cartier (Paris), além de ter participado da 60ª Bienal de Veneza, consolidando-se como uma das vozes mais potentes da arte indígena contemporânea no cenário global.


Sobre a curadora

Aline Ambrósio é curadora, expógrafa, pesquisadora e produtora cultural. Indígena Tupi-Guarani e mestranda pela FAU-USP, possui sólida formação em Arquitetura, Urbanismo e Design, além de especializações em Produção de Exposições e Sustentabilidade. Com nove anos de experiência em pesquisa apoiada por instituições como USP, CAPES e CNPq, dedica-se à curadoria, expografia e à crítica de arte, com ênfase em arte contemporânea, natureza, ancestralidade e decolonialidade. É professora de pós-graduação em Museologia, Expografia e Cenografia (PUC Minas) e atua como curadora independente, com projetos realizados em instituições como Pinacoteca de São Paulo, CCBB, IMS, Museu Oscar Niemeyer, SESC-SP e Museu Nacional da República. Entre suas exposições recentes estão “Despertar à Terra” (Salão de Abril, 2025), “Kapewe Pukêní: Huni Kuin Atravessando Mundos” (Manaus, 2024), “Interespécies: Cruzando Mundos” (13ª Mostra 3M de Arte, 2024) e “Botanica Tirannica", de Giselle Beiguelman  (SESC SP, 2023).


Serviço

“Espíritos da Floresta: MAHKU”


Curadoria e Expografia: Aline Ambrósio


Abertura: 08 de outubro, das 11h às 20h 

Período de visitação: 09 de outubro de 2025 a 25 de janeiro de 2026


Local: Caixa Cultural Belém | Av. Mal. Hermes, S/N – Armazém 6 – Umarizal, Belém/PA


Horário de funcionamento: terça a sábado, das 11h às 22h; domingo e feriado, das 12h às 22h


Entrada gratuita


Realização: Aline Ambrósio Produção LTDA


Patrocínio: CAIXA Econômica Federal e Governo Federal


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