

Exposição coletiva "Ponto de Mutação"
Exposição
- Nome: Exposição coletiva "Ponto de Mutação"
- Abertura: 05 de julho 2025
- Visitação: até 09 de agosto 2025
Local
- Local: Almeida & Dale
- Evento Online: Não
- Endereço: Rua Fradique Coutinho, 1430
Em nova mostra, Almeida & Dale reúne artistas que atravessam linguagens e provocam reflexões sobre o mundo em transição
Ponto de Mutação reafirma o lugar da arte como espaço de pensamento e resistência diante de um cenário global cada vez mais distópico
São Paulo, SP — De 5 de julho a 9 de agosto de 2025, a Almeida & Dale recebe a exposição coletiva Ponto de Mutação, que reúne trabalhos de Anna Paes, Guilherme Gallé, Maria Luiza Toral, Marina Rodrigues, Rafael Kamada e Thales Pomb, sob curadoria de Antonio Gonçalves Filho. A mostra é um recorte da produção desses artistas que atravessam linguagens, materiais e campos de pesquisa para investigar as tensões do presente e para refletir sobre possíveis caminhos de transformação. Com abordagens que vão da escultura à pintura, passando por experimentações com materiais não convencionais e processos interdisciplinares, são investigados temas como memória, colapso ambiental, violência estrutural e tecnologia.
A exposição tem o título inspirado no livro "O Ponto de Mutação", do físico e ambientalista austríaco Fritjof Capra, publicado em 1982, que à época foi capaz de convergir o pensamento científico, a espiritualidade e a filosofia, anunciando uma era de novas possibilidades para o planeta em crise. Agora, Ponto de Mutação, ao aproximar linguagens e investigações distintas que respondem à crise civilizatória atual, faz uma homenagem ao visionário que, há 40 anos, já discutia a intersecção de disciplinas para manter viva a cultura humanista em um cenário de distópico transumanismo.
"Os artistas dessa mostra rompem com os velhos paradigmas para anunciar uma nova arte, resistente à padronização e sintonizada com o modelo holístico sugerido por Capra. Vale lembrar, em harmonia com as leis naturais e com um modelo de transição cultural ampla e harmônica", enfatiza o curador.
Ao refletir sobre impasses contemporâneos e possíveis caminhos de regeneração, a exposição apresenta obras que tensionam memória, materialidade e tempo, como as de Anna Paes, Maria Luiza Toral e Marina Rodrigues. Enquanto Anna revisita métodos arqueológicos para replicar a escrita arcaica em objetos feitos com polpa de papel artesanal, no limite entre o abstrato e o simbólico, Maria Luiza ressignifica o lixo tecnológico das cidades ao transformá-lo em esculturas de vidro, acrílico e filmes polarizadores. Já Marina opera no cruzamento entre geometria, oxidação e ruína, elaborando formas que dialogam com os campos da física e da arquitetura.
Na pintura, Guilherme Gallé, Rafael Kamada e Thales Pomb assumem o risco de pensar a linguagem pictórica a partir de uma ciência expandida. Gallé constrói paisagens em suspensão, divididas entre figuração e abstração. Kamada, influenciado por referências orientais, dissolve o tempo na superfície da tela, criando imagens que evocam a física quântica e a ideia de simultaneidade. Pomb, por sua vez, faz da literatura um motor conceitual: em Os Flocos de Neve (2025), obra inspirada pelo romance "Atos Humanos", da Nobel sul-coreana Han Kang, o artista cria uma pintura que encena o colapso da empatia e a violência estrutural do presente.
Sobre Antonio Gonçalves Filho
Diretor cultural da Almeida & Dale, Antonio Gonçalves Filho foi editor do Caderno 2 e do caderno Aliás do jornal O Estado de S. Paulo. Foi também repórter especial da Ilustrada, da Folha de S.Paulo, editor de cultura do jornal Valor Econômico e da revista Época, além de crítico literário da revista Veja. Foi agraciado com o prêmio da Associação Brasileira dos Críticos de Arte pelo conjunto da obra e é autor de diversos livros, entre eles "A Palavra Náufraga" e "Primeira Individual", ambos publicados pela editora Cosac Naify. Em 2023, começou a trabalhar na Galeria Millan, assinando a curadoria de várias exposições, entre elas: Surge et Veni, O Legado Experimental, Leste do Éden e, mais recentemente, Além do Moderno e Huis Clos, ambas na Casa Zalszupin.
Sobre Almeida & Dale
Fundada em São Paulo, em 1998, a Almeida & Dale promove o legado de artistas emblemáticos e impulsiona a produção contemporânea nos cenários nacional e internacional. Com três endereços em São Paulo, a galeria realiza um programa expositivo e editorial de excelência, estabelece parcerias com instituições e coleções de renome e está presente nas principais feiras de arte mundiais, o que a posiciona como uma das mais influentes galerias brasileiras. A Almeida & Dale representa mais de 50 artistas e espólios, reunindo nomes fundamentais dos modernismos brasileiros, figuras-chave para a formação da arte contemporânea e a sua projeção internacional, além de artistas em plena atuação que continuam a redefinir o horizonte artístico.
Em 2025, ao finalizar sua fusão com a prestigiada galeria Millan, estabelecida em 1986, também em São Paulo, a Almeida & Dale abraça um histórico de comprometimento profundo com o experimentalismo artístico, de colaboração estreita com artistas para os posicionar nas principais exposições e instituições do mundo e de impulsionamento internacional de carreiras. De maneira ativa, a Almeida & Dale assume o desafio de difundir múltiplas perspectivas e novas aproximações, centrada em ser uma plataforma para os artistas em projetos ambiciosos. Ao unir expertise artística e um olhar estratégico para as dinâmicas globais do setor, a galeria fomenta a expansão e a capilarização da arte latino-americana por meio de uma atuação que segue amplificando e potencializando o mercado.
SERVIÇO
Ponto de Mutação
Exposição coletiva com obras de: Anna Paes, Guilherme Gallé, Maria Luiza Toral, Marina Rodrigues, Rafael Kamada e Thales Pomb
Curadoria: Antonio Gonçalves Filho
De 5 de julho a 9 de agosto de 2025
Rua Fradique Coutinho, 1430, São Paulo, SP
Segunda a sexta-feira: 10h às 19h
Sábado: 11h às 16h