Exposição coletiva "Ecos e miragens"
Exposição
- Nome: Exposição coletiva "Ecos e miragens"
- Abertura: 08 de novembro 2025
- Visitação: até 07 de fevereiro 2026
Local
- Local: Almeida & Dale
- Evento Online: Não
- Endereço: Rua Caconde, 152, Jardim Paulita – São Paulo, SP
Mostra Ecos e miragens, na Almeida & Dale, articula diferentes formas de interface entre arte e ecologia, com artistas da América do Sul e do Sudeste Asiático
Seleção apresenta obras de artistas raramente vistos no país, como Ho Tzu Nyen, Lang Jingshan e Nguyễn Trinh Thi, além de trabalhos inéditos das brasileiras Alice Shintani e Marina Woisky
São Paulo, SP — Dando continuidade ao programa Perspectivas Transoceânicas, concebido e coordenado pelo curador Yudi Rafael, a Almeida & Dale inaugura a exposição coletiva Ecos e miragens, a partir de 8 de novembro de 2025. A mostra tem curadoria de Yudi Rafael e Carlos Quijon Jr. e propõe um diálogo entre obras de artistas da América do Sul e do Sudeste Asiático, em uma investigação de afinidades que reverberam na produção artística contemporânea dessas regiões. Fazem parte da mostra Alice Shintani (Brasil), Bagus Pandega (Indonésia), Emilia Estrada (Argentina), Ho Tzu Nyen (Singapura), Jaider Esbell (Brasil), Bernaldina José Pedro (Guiana), Lang Jingshan (China), Lesley-Anne Cao (Filipinas), Maria Thereza Alves (Brasil), Marina Woisky (Brasil), Nguyễn Trinh Thi (Vietnã), Pratchaya Phinthong (Tailândia) e Priyageetha Dia (Singapura).
Transitando por linguagens e técnicas que vão da cerâmica ao audiovisual, passando por instalações e objetos que integram mecanismos eletrônicos e materiais carregados de sentido, a exposição apresenta um conjunto inédito no Brasil. Ao tomar a obra de arte como um aparato, Ecos e miragens investiga como o movimento, a refração e a duplicação da matéria podem gerar semelhanças na diferença e oferecer uma compreensão ampliada sobre a noção de ecologia. "Por meio das mediações do aparato, ecologias são transfiguradas em idiomas e formas, como traduções reconhecíveis e interpretáveis em diferentes contextos — ecos e miragens que possibilitam uma sensibilidade conectiva", escrevem os curadores.
As cicatrizes históricas do Vietnã, Tailândia e Singapura são revisitadas junto de memórias e mitologias nos trabalhos de Nguyễn Trinh Thi, Pratchaya Phindong e Ho Tzu Nyen, respectivamente. Artista participante da 36ª Bienal de São Paulo, Nguyễn Trinh Thi apresenta na exposição a videoinstalação Landscape Series #1 (2013), que nos mostra a paisagem como testemunha silenciosa da história. Territórios e comunidades locais afetados pelo extrativismo dão o tom nos vídeos de Bagus Pandega e Priyageetha Dia; tema que é tratado por Emilia Estrada por meio de uma abordagem poética e especulativa da ampliação dessa economia impiedosa para outros mundos, uma vez exaurido o nosso. O olhar atento ao modo de vida indígena e a necessidade de sua defesa nos trabalhos de Maria Thereza Alves, Jaider Esbell e Bernaldina José Pedro fortalecem as pontes entre essas várias geografias e temáticas.
Paralelamente à reflexão política, a investigação formal e linguística é um eixo fundamental da exposição. Lang Jingshan, que combina fragmentos de registros do Brasil em suas imagens e é o único artista histórico do grupo, articula suas montagens fotográficas ao lado de Marina Woisky, que manipula imagens sobre estruturas escultóricas em um trabalho feito especialmente para a mostra. Lesley-Anne Cao, em uma complexa instalação mecanizada, usa aparato do livro como disparador, assim como Alice Shintani em Menas. Shintani também ocupa a fachada da galeria com uma pintura que remete a trabalhos anteriores e à tradição arquitetônica modernista no Brasil.
O programa Perspectivas Transoceânicas aborda a relação entre práticas e histórias artísticas através dos oceanos Atlântico e Pacífico e das questões ecológicas em um mundo interconectado. Em Ecos e miragens, são articuladas diferentes formas de interface entre arte e ecologia, em um conjunto diverso de obras e artistas.
Sobre os curadores
Yudi Rafael é curador e vive em São Paulo. Mestre em culturas latino-americanas e ibéricas pela Columbia University, é curador assistente no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP). Seus projetos recentes incluem as exposições The Appearance: Art of the Asian Diaspora in Latin America and the Caribbean (Americas Society, Nova York, 2024), Chen Kong Fang — O refúgio (Instituto Tomie Ohtake, 2024), O curso do sol (Gomide&Co, 2023) e A parábola do Progresso (Sesc Pompeia, 2022), além de uma seção curada de Musafiri: Of Travellers and Guests (Haus der Kulturen der Welt, Berlim, 2025). Rafael é curador do programa Transoceanic Perspectives (Almeida & Dale, 2023–2025).
Carlos Quijon Jr. é historiador da arte, crítico e curador, e vive entre Manila e Nova York, onde é C-MAP Fellow para o Sudeste e o Leste da Ásia no Museum of Modern Art (MoMA). Foi bolsista da plataforma de pesquisa Modern Art Histories in and across Africa, South and Southeast Asia (MAHASSA), promovida pelo projeto Connecting Art Histories da Getty Foundation. Curou Courses of Action em Hong Kong (2019) e co-curou a série de exposições itinerantes Afro-Southeast Asia: Pragmatics and Geopoetics of Art during a Cold War em Singapura (2021), Manila (2021–22) e Busan (2022). É curador da série de exposições Archipelagic Futurisms, com edições apresentadas em Manila, Nova York, Kuala Lumpur e Hong Kong. Foi também curador do Pavilhão das Filipinas na 60ª Bienal de Veneza, em 2024.
Sobre Almeida & Dale
Fundada em São Paulo, em 1998, a Almeida & Dale promove o legado de artistas emblemáticos e emergentes, ao impulsionar a produção contemporânea nos cenários nacional e internacional. Com três endereços em São Paulo, a galeria realiza um programa expositivo e editorial de excelência, estabelece parcerias com instituições e coleções de renome e está presente nas principais feiras de arte mundiais, o que a posiciona como uma das mais influentes galerias brasileiras.
Representando mais de 50 artistas e espólios, reúne nomes fundamentais dos modernismos brasileiros, figuras-chave para a formação da arte contemporânea e a sua projeção internacional, além de artistas em plena atuação que continuam a redefinir o horizonte artístico. Em 2025, ao finalizar sua fusão com a prestigiada galeria Millan, estabelecida em 1986, também em São Paulo, a Almeida & Dale abraça um histórico de comprometimento profundo com o experimentalismo artístico, de colaboração estreita com artistas para os posicionar nas principais exposições e instituições do mundo e de impulsionamento internacional de carreiras.
De maneira ativa, a galeria assume o desafio de difundir múltiplas perspectivas e novas aproximações, centrada em ser uma plataforma para os artistas em projetos potentes. Ao unir expertise artística e um olhar estratégico para as dinâmicas globais do setor, a galeria fomenta a expansão e a capilarização da arte latino-americana por meio de uma atuação que segue amplificando e impulsionando o mercado globalmente. A Almeida & Dale é liderada pelos sócios-executivos Antonio Almeida, Carlos Dale, Hena Lee e João Marcelo de Andrade Lima.
Serviço
Ecos e miragens
Curadoria: Carlos Quijon Jr. e Yudi Rafael
Com obras de Alice Shintani, Bagus Pandega, Emilia Estrada, Ho Tzu Nyen, Jaider Esbell e Bernaldina José Pedro, Lang Jingshan, Lesley-Anne Cao, Maria Thereza Alves, Marina Woisky, Nguyễn Trinh Thi, Ubon Ratchathani, Pratchaya Phinthong e Priyageetha Dia
De 8 de novembro 2025 a 7 de fevereiro de 2026
Rua Caconde, 152
Segunda a sexta-feira: 10h às 19h
Sábado: 11h às 16h
Entrada gratuita