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Exposição Coletiva "ECOLOGIA – Manifesto para a Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP26)"
Exposição

Exposição Coletiva "ECOLOGIA – Manifesto para a Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP26)"

Exposição

  • Nome: Exposição Coletiva "ECOLOGIA – Manifesto para a Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP26)"
  • Abertura: 05 de novembro 2021
  • Visitação: até 10 de dezembro 2021

Local

  • Local: Galeria Zagut
  • Evento Online: Sim

A exposição ECOLOGIA, que abre no dia 5 de novembro, fará parte do movimento global Art for your world, dando suporte à reuniao COP26Conferência sobre Mudanças Climáticas, das Nações Unidas, e pretende mobilizar o máximo de artistas para essa importante causa. O catálogo, que será bilingue, também será lançado no vernissage, uma data escolhida junto com outras instituições de arte pelo mundo.

Algumas obras ganham destaque como as artes em têxtil, bordados da Ludmilla Muller, Clarisse Tarran, Leila Bokel, as esculturas e mosaicos, land art Lia do Rio, registro de performance Mauro Trindade, mosaicos de Moema Branquinho, Graça Piza apresenta obra de dimensões monumentais 7 x 1,8 m, fotocomposições de Anita Fizson, Mauricio Theo, Sandra Felzen, Ale Silva, uso de materiais reciclado do artista Deneir, João Galvão, Ligia Calheiros, Vera Lu,  Vicente Duque Estrada apresenta um livro de artista, entre outros.

 

Arte, saúde e ecologia – o clamor pelas mudanças climáticas

O tema ecologia tem estado presente em praticamente todas as exposições da Zagut, os artistas com sua criatividade tocaram inúmeras vezes nesse assunto. Seja através de utilização de materiais oriundos da natureza, reciclados, seja atuando na natureza ao realizar a obra, fazendo reflexões sobre questões ambientais nas obras sobre o meio ambiente, os povos indígenas, convívio em harmonia com os animais, a pandemia do coronavírus, a utilização de papéis reciclados, fabricados pelo próprio artista. A arte tem uma estreita ligação com a ecologia.

Uma exposição específica vinha sendo pensada há tempos e a proximidade da reunião das Nações Unidas a ser realizada no início de novembro na Escócia, a COP26, com tantas esperanças e incertezas, foi um importante alento para o tema. Essa reunião é considerada um importante marco no compromisso das nações em relação às mudanças climáticas, traçando formas de operacionalizar o que foi planejado na última reunião de Paris, de forma ambiciosa. Além disso, o convite ao mundo das artes em adotar um posicionamento firme e conjunto a respeito do tema, de forma a amplificar a sensibilização da sociedade, através do projeto Art for your world, tornou ainda mais importante a realização dessa mostra.

O tema Ecologia está presente nas artes nacional e internacionalmente há décadas. Em 1972 o MASP realizou a exposição Hiléia Amazônica com curadoria de Pietro Maria Bardi (trabalhos pioneiros de Claudia Andujar para a revista Realidade da causa indígena, que marcaria desde então sua obra, assim como de George Love), se contrapondo ao posicionamento desenvolvimentista da ditadura militar, conforme a pesquisadora Claudia Avolese. A historiadora já refere os debates sobre a monocultura do café no séc. XIX, que culminaram no reflorestamento da Floresta da Tijuca. Desmatamento e a falta de água já eram motivo de obras de arte. A mesma pesquisadora pontua que a criação do dia da Terra e das primeiras instituições de proteção ao meio ambiente nos anos 70 marcam o início da ecologia na arte contemporânea na Europa e EUA, inclusive a land-art, e sua influência na arte brasileira. Claudio Tozzi realiza a exposição Poluição em São Paulo com Rubens Gerchman e em 1976 participa da Bienal de Veneza com o tema Ambiente. A criação de Itaipú teve bastante resistência dos artistas do sul. Também ocorreu contra a construção de usina nuclear em litoral paulista. 

Durante a Eco 92 o grupo Bozano convidou 50 artistas brasileiros e 70 das Américas para realizarem trabalhos sobre ecologia e preservação da natureza, as serigrafias foram doadas a 55 instituições, entre os artistas estão Antônio Henrique Amaral, Arcângelo Ianelli, Arnaldo Roche-Rabell, Beatriz Milhazes, Carlos Vergara, Daniel Senise, David Manzur, Fernando Szyszlo, Flavio-Shiró, Geoff Rees, Gonçalo Ivo, Jorge Tacla, Kenneth Kemble, Laura Anderson, Miguel Angel Rojas, Miguel Castro Leñero, Miguel Von Dangel, Nélson Ramos, Rafael Soriano, Reynaldo Fonseca, Robert Goodnough, Santiago Cardenas, Siron Franco, Tomie Ohtake e Victor Hugo Irazabal. Diversas exposições ocorreram durante o evento, como a Eco-arte-92 na Petrobrás com participação de Astréa El-Jaick; Celeida TostesFrans KrajcbergLia do RioRubem ValentimTiziana Bonazzola e Xico Chaves. Em 2016 ocorreu a exposição Natureza Franciscana com 37 obras com foco colaborativo no MAM-SP, com curadoria de Felipe Chaimovich, baseado no Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis, considerado um pioneiro no debate ecológico, onde a relação de subordinação da natureza ao ser humano é desconstruída para uma relação horizontal. Em 2019, no Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MUBE), uma grande exposição de Burle Marx com curadoria de Cauê Alves aborda o tema. 

O tema Ecologia e Arte é cerne de prêmios (Prêmio Internacional de Artes e Ecologia "José Cláudio e Maria", capitaneado pela Universidade de Sussex e a Universidade Federal da Bahia, entre outras instituições); festivais (Festival de Arte e Ecologia de Meruoca); mestrado (na universidade em Londres Goldsmiths); oficinas para crianças (Portinari: arte e meio ambiente no Shopping Del Rey); espaços dedicados ao tema (Ecoar em Morro Redondo); livros (Art and Ecology Now, de Andrew Brown); departamento de universidade (University of New Mexico).

Brown (2014) refere que é impossível entrar em uma galeria ou museu e não encontrar algo relacionado à ecologia, com crescimento exponencial nos últimos cinco anos. Apesar da natureza ter sempre tido um papel inspirador na arte, o posicionamento de um ativismo periférico, hoje a ecologia se coloca em um papel central, de uma contemplação passiva a uma pesquisa inovadora visionária, intervenções ativas que buscam mudanças sociais. As obras podem refletir o registro do desmatamento, o impacto do aquecimento global na transmissão de doenças, a industrialização, a proteção de ecossistemas. Muitas vezes esses artistas mergulham de forma interdisciplinar com outros profissionais como botânicos, engenheiros, técnicos de computação, arquitetos, ecologistas, oceanógrafos, meteorologistas, de forma a mostrar questões que urgem para a humanidade.

Junto com o olhar das artes, a outra importante vertente da Zagut, a da saúde, também surge nesse posicionamento, que se intensificou com o importante relatório da OMS recém-publicado, em outubro de 2021, dando suporte aos participantes da COP26, "The health argument for climate action", que considera a mudança climática o maior desafio de saúde pública do mundo contemporâneo. A partir do exemplo da pandemia do coronavírus, exemplifica como o impacto de uma questão pode ser global, essa em particular se relacionando com o meio ambiente e as zoonoses, e como a saúde do planeta se relaciona com a saúde das pessoas. O relatório clama que haja emissões zero de carbono antes de 2050 para que permaneçamos vivos. 

A saúde está afetada pelo clima de diversas formas: desde eventos causados pelo tempo como tempestades, mas a alteração nos sistemas de alimentação, aumento de zoonoses e vetores de água e na comida, questões de saúde mental, entre outros.

A OMS elenca dez pontos cruciais para atuar: comprometimento com a recuperação da saúde após a pandemia de coronavirose; a saúde como questão inegociável (a justiça social deve estar no centro das conversas); benefícios das ações do clima na saúde (em especial as com maiores ganhos econômicos, sociais e de saúde); construir sistemas de saúde resilientes aos riscos climáticos; criar sistemas de energia que protejam clima e saúde (com energias renováveis, diminuindo poluição em especial a da combustão do carvão); reinventar os sistemas urbanos quanto a transporte e mobilidade (com acesso a espaços verdes e azuis, prioridade para caminhadas, ciclismo e transporte público); proteger e restaurar a natureza (o fundamento de nossa saúde); promover sistemas de alimentação saudáveis, resilientes e sustentáveis; financiar um futuro mais verde, saudável, de forma a salvar vidas; prescrever ações climáticas urgentes, ouvindo a comunidade da saúde.

Vale ressaltar que muitas ações irão atuar em diversos fatores, por exemplo, ao adotar facilidades para as caminhadas e o ciclismo nas comunidades, haverá um impacto direto também na diminuição das doenças respiratórias e cardiovasculares, câncer, diabetes e obesidade. Espaços verdes também reduzirão a poluição e as doenças relacionadas, e serão um ponto de diminuição de estresse, também um importante gatilho para diversas patologias.

Cada ponto de ação se desdobra em vários com exemplos no relatório, que vale a pena a sua completa leitura. Entre tantos importantes pontos foram pinçados alguns para serem comentados.

É interessante o trabalho com relação à equidade da vacina que a OMS vem tentando conseguir, e coloca nesse documento. O Brasil tem um sistema de saúde desde 1988 que tem como um de seus pilares a equidade e talvez na história dessa geração que está viva não houve situação em que esse pilar tenha sido tão claramente necessário, a vacina tendo sido distribuída entre estados de forma igualitária, entre faixas de risco, sem que outro tipo de questão, como o poder econômico, tenha se colocado. Isso não ocorreu no mundo, e o fato de ter um país todo vacinado e outro sem vacinas facilita a ocorrência de variantes e arrisca a todos, mostrando claramente que só há segurança se todos juntos estiverem seguros. É importante que a questão da justiça social seja tocada em todas as ocasiões, e se mostre que influencia, por exemplo, na ecologia, assim como no risco para todos, devendo claramente ser combatida, independente de questões ideológicas e humanitárias.

Outro ponto importante a se ressaltar é que é considerado o ponto mais importante de saúde pública da humanidade os esforços em limitar o aumento da temperatura a 1,5º; de forma a que possa permanecer viva. Para isso serão necessários planos, orçamentos, ajuda a países mais pobres, adaptações.

Mais uma vez, saúde e arte estão juntas, com um objetivo comum, o cuidado com o nosso mundo! Essa exposição só é possível pelo trabalho de incontáveis cuidadosas mãos, tecendo uma rede de criativas mensagens, em prol de uma reflexão que interfira para um futuro bem melhor!

E aproveitando a opinião do professor espanhol Jose Albelda, no que chama de ética ecológica, só com empatia teremos a capacidade de ver o ciclo em que estamos, e querer mudá-lo. A arte está aí, para sensibilizar e ajudar nessa transição! Nossa sobrevivência depende disso, assim como o das gerações vindouras!

Referências:

https://www.ufsm.br/midias/arco/post399/

https://www.unicamp.br/unicamp/index.php/ju/noticias/2018/08/29/arte-e-ecologia-na-linha-de-frente-contra-ditatura-militar

http://www.desvirtual.com/burle-marx-no-mube-e-aula-de-arte-ciencia-e-ecologia/

https://enciclopedia.itaucultural.org.br/evento280495/eco-arte-92-expressao-brasil

https://caxias.rs.gov.br/noticias/2015/06/abertas-as-exposicoes-eco-art-e-reminiscencias-na-galeria-de-artes-do-ordovas

https://jc.ne10.uol.com.br/canal/cultura/artes-plasticas/noticia/2016/02/29/amp/exposicao-em-museu-paulistano-traca-ponto-comum-entre-arte-e-ecologia-223429.php

https://ae.unm.edu/

https://www.who.int/publications/i/item/cop26-special-report

Brown, Andrew. Art and Ecology Now. Thames & Hudson. 2014.

 

SERVIÇO

Abertura da exposição coletiva ECOLOGIA – Manifesto para a Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP26) 

Data: 5 de novembro / 2021 a 10 de dezembro/ 2021

ABERTURA: Vernissage nas mídias digitais da Galeria Zagut: facebook e instagram

Zoom com artistas e convidados ( página da galeria Zagut )

Informações para a imprensa: 21 99979 6777  

Site: https://www.espacozagut.com

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