

Exposição: “Carmen Portinho: modernidade em construção”
Exposição
- Nome: Exposição: “Carmen Portinho: modernidade em construção”
- Abertura: 13 de setembro 2025
- Visitação: até 13 de março 2026
Local
- Local: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
- Evento Online: Não
- Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85, Aterro do Flamengo – Rio de Janeiro
Carmen Portinho: modernidade em construção
Exposição inédita celebra a história e as contribuições de uma pioneira do modernismo brasileiro
Engenheira, urbanista e ex-diretora do MAM Rio foi ativista pela emancipação das mulheres e pelo direito à cidade e habitação popular
O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) inaugura, em 13 de setembro de 2025, a exposição documental Carmen Portinho: modernidade em construção, com curadoria de Aline Siqueira, Raquel Barreto e Pablo Lafuente, e assistência curatorial de José dos Guimaraens. A mostra homenageia a engenheira, urbanista e militante feminista Carmen Portinho (1903–2001), protagonista do modernismo brasileiro e referência na luta pela igualdade de gênero, pelo direito à cidade e habitação popular.
“Mais do que um percurso biográfico, a exposição propõe questionamentos sobre como a vida e as ações de Carmen Portinho iluminam os desafios atuais de construção da cidade e do país que queremos. Sua obra, coletiva por excelência, afirma o modernismo como projeto político e cultural de emancipação social”, pontua Yole Mendonça, diretora executiva do MAM Rio.
Ao longo de sua vida, Carmen Portinho foi ativista dos direitos das mulheres, urbanista, crítica de arte e militante pela cultura e pela liberdade. Nos anos 1950, integrou a gestão do MAM Rio como diretora executiva adjunta, coordenando a construção da sede definitiva do museu projetada por Affonso Eduardo Reidy. Esses múltiplos engajamentos, que atravessam quase todo o século 20, integram o projeto moderno em sua acepção mais ampla: a construção de uma sociedade e de um país mais justos por meio de saberes e tecnologias, novos e antigos, a serviço da emancipação individual e coletiva.
A exposição reúne mais de 300 documentos históricos de diferentes acervos, organizados em três núcleos — “moradia e habitação popular”, “feminismo” e “arte e educação” — além de uma seção dedicada à Revista Municipal de Engenharia, veículo fundamental para a difusão do modernismo no Brasil.
Em diálogo com esse vasto material, obras comissionadas especialmente para a mostra aproximam o legado de Portinho de questões contemporâneas: um vídeo da cineasta, antropóloga e artista visual Milena Manfredini e uma instalação do artista baiano Rommulo Vieira Conceição revisitam o Pedregulho (conjunto habitacional no bairro de Benfica), enquanto o projeto instalativo da artista carioca Ana Linnemann propõe modos de viver e trabalhar inspirados na urbanista. E em entrevista realizada pela cineasta Ana Maria Magalhães em 1995, Portinho compartilha reflexões sobre sua vida e trabalho.
“Carmen Portinho atravessa o século 20 como protagonista de lutas que permanecem atuais: habitação, educação, arte e igualdade de gênero. A exposição não apenas revisita sua trajetória, mas nos convida a refletir sobre o que foi feito e o que ainda precisa ser conquistado”, afirma Pablo Lafuente, diretor artístico do MAM Rio.
Moradia e habitação popular
Na virada do século 20, políticas higienistas e remoções marcaram a vida da população de baixa renda no Rio. Foi nesse contexto que Carmen Portinho consolidou sua atuação à frente do Departamento de Habitação Popular (DHP), criado em 1946. Como diretora-geral, implantou projetos de grande escala baseados no conceito de “unidade de vizinhança”, que integrava moradia, escola, lazer, saúde e comércio em bairros autossuficientes.
O Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes (Pedregulho), projetado por Affonso Eduardo Reidy a partir das ideias de Portinho, tornou-se um marco do modernismo brasileiro, premiado na 1ª Bienal de São Paulo (1951) e celebrado internacionalmente. Outros empreendimentos, como o Conjunto Residencial Marquês de São Vicente, em São Conrado, e os conjuntos de Paquetá e Vila Isabel, reafirmaram a ambição de aliar arquitetura, urbanismo e justiça social. Apesar das críticas ao alto custo e à complexidade dos projetos, suas soluções ainda hoje são referências em concepção arquitetônica e qualidade de construção.
“O núcleo de Pesquisa do MAM Rio, em geral, trata a Carmen Portinho a partir de sua atuação como diretora executiva adjunta e de suas ações no contexto das práticas e das realizações do museu. Esta exposição nos permite exercitar um novo ponto de vista, muito mais amplo e com reconhecimento justo de suas frentes de atuação profissional tão diversas. Falar sobre esses outros aspectos da trajetória de Portinho é muito envolvente e gratificante, e nos ajuda a reforçar sua importância não somente para o MAM Rio, mas para a cidade do Rio de Janeiro e para o Brasil”, completa Aline Siqueira, coordenadora de Pesquisa e Documentação do museu.
Feminismo
Portinho foi também protagonista do movimento feminista no Brasil desde os anos 1920, ao lado de Bertha Lutz, Almerinda Gama e outras sufragistas. Participou de campanhas pelo voto feminino — conquistado nacionalmente em 1932 —, fundou a União Universitária Feminina e foi uma das primeiras mulheres a ingressar e se destacar em áreas tidas como masculinas, como a engenharia e o urbanismo.
Em 1937, ajudou a criar a Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas, fortalecendo redes de apoio profissional. Décadas mais tarde, em 1987, foi escolhida para entregar a “Carta das Mulheres” ao presidente da Câmara, Ulysses Guimarães, durante o processo de elaboração da Constituição Federal, tornando-se elo entre as lutas do início do século 20 e as conquistas contemporâneas.
Arte e educação
O vínculo com a arte acompanhou Carmen Portinho ao longo de toda a vida. Nos anos 1950, integrou a gestão do MAM Rio como diretora executiva adjunta, coordenando exposições e a construção da sede definitiva do museu, projetada por Reidy.
Na instituição, consolidou o museu como centro de arte e educação, apoiando iniciativas como o Ateliê de Gravura, que formou uma geração de artistas na década de 1960. Posteriormente, como diretora da Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI) entre 1967 e 1988, garantiu a consolidação da primeira escola de design da América Latina, promovendo um diálogo inovador entre arte, design e pedagogia.
Revista Municipal de Engenharia
Fundada em 1932 a partir de sua iniciativa, a Revista Municipal de Engenharia foi um dos principais veículos de difusão do pensamento modernista em arquitetura, urbanismo e engenharia no Brasil. Publicou textos de Lucio Costa, Oscar Niemeyer e Le Corbusier, além de artigos da própria Portinho, incluindo o anteprojeto de sua autoria para a nova capital do país, no Planalto Central — visão que antecipou princípios depois incorporados por Costa em Brasília.
Sobre o MAM Rio
O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro promove experiências participativas e inclusivas a partir da arte. Fundado em 1948 com a premissa de ser um museu-escola, é referência como plataforma de criação e formação para artistas e públicos, alcançando diferentes gerações e territórios. O MAM Rio é responsável por um extenso acervo de arte moderna e contemporânea, com focos na arte brasileira e em fotografia. Atualmente, abriga três coleções de artes visuais, com um total de cerca de 16 mil obras.
As exposições do MAM Rio propõem relações entre artistas de diferentes gerações, conectando passado e presente em todas as linguagens e manifestações, pautados por temáticas diversas e equitativas do mundo e do fazer artístico.
O prédio do MAM Rio no Parque do Flamengo, desenhado por Affonso Eduardo Reidy e com jardins projetados por Roberto Burle Marx, virou referência para a arquitetura mundial. O museu e seu entorno oferecem um espaço de convivialidade e experimentação que impulsiona processos de troca, circulação, vivências e cultura.
A Cinemateca do MAM oferece programação presencial e online, dando acesso à nova produção cinematográfica e a filmes históricos, brasileiros e internacionais. O acervo inclui filmes em múltiplos formatos, documentos, cartazes, publicações e equipamentos relativos à produção e à reprodução de cinema, desde sua criação até o presente. Por meio de projetos sustentáveis e inclusivos, o MAM Rio visa contribuir com o desenvolvimento da sociedade, atendendo às diretrizes estabelecidas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
O MAM Rio possui patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Petrobras, Instituto Cultural Vale, Itaú, Laranjinha do Itaú, Mattos Filho Advogados, Sergio Bermudes Advogados, BMA Advogados, Ferroport e Granado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Light, Vivo e BAT Brasil por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura – Lei do ICMS RJ. Alta Diagnósticos, Concremat, Deloitte, Guelt Investimentos, Icatu, JSL, Multiterminais por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura - Lei do ISS RJ. E Bloomberg.
Agradecemos ao Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro.
SERVIÇO
Exposição: “Carmen Portinho: modernidade em construção”
Curadoria: Aline Siqueira, Pablo Lafuente e Raquel Barreto
Abertura pública: 13 de setembro de 2025
Encerramento: março de 2026
Horários de visitação:
Quartas, quintas, sextas, sábados domingos e feriados, das 10h às 18h
Aos domingos, das 10h às 11h, visitação exclusiva para pessoas com deficiência intelectual
Ingressos: https://www.mam.rio/ingressos
Entrada gratuita para todos os públicos
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
End: Av. Infante Dom Henrique, 85
Aterro do Flamengo
Rio de Janeiro | RJ
Tel: (21) 3883-5600
Website: https://www.mam.rio/
Instagram: @mam.rio
Informações para a imprensa:
Mônica Villela Companhia de Imprensa
Contatos: (21) 97339-9898 | monica@monicavillela.com.br