Exposição "Calambur", de Guga Szabzon, Thomaz Rosa e Cristiano Raimondi

Calambur, projeto de Guga Szabzon, Thomaz Rosa e Cristiano Raimondi, inicia a programação da Millan em 2025

Com inauguração em 8 de fevereiro, Calambur estabelece fluxos e movimentos de aproximação entre a produção de Szabzon e Rosa

Em 8 de fevereiro, sábado, a partir das 15h, a Millan inicia sua programação de 2025 com Calambur. Idealizado por Guga Szabzon (1987, São Paulo, SP, Brasil), artista representada pela galeria, pelo pintor Thomaz Rosa (1989, São Caetano do Sul, SP, Brasil) e pelo curador Cristiano Raimondi (1978, Bolonha, Itália), Calambur estabelece fluxos e movimentos de aproximação entre a produção de ambos os artistas.

Reunião de obras de Szabzon e Rosa, além de trabalhos criados a quatro mãos, Calambur resulta de um ano de diálogo e colaboração entre os artistas. Ao longo de 2024, eles passaram a frequentar o ateliê um do outro e a trocar um banco de imagens que guardavam como referência, uma prática que, coincidentemente, já mantinham de antemão. Essas aproximações culminaram em ações mais experimentais, que envolvem a criação de obras cujas etapas foram executadas intercaladamente por Guga e Thomaz, além de trabalhos criados em conjunto. Desse último, um exemplo é Só não sei se continuo (2024). A peça teve a sombra projetada pelo corpo dos dois artistas pintada por Rosa sobre a superfície do feltro, material recorrente na produção de Szabzon.

Cristiano Raimondi — responsável pela curadoria de exposições de Szabzon na Millan e na galeria Travesía Cuatro, no México, em 2023 — incentivou a aproximação entre os artistas ao notar pontos de contato em suas respectivas pesquisas. Ainda que seus trabalhos preservem grandes diferenças, sobretudo no que diz respeito aos processos e materiais empregados por cada um, eles compartilham em suas composições a linha e a sugestão de movimentos rápidos, além de um apreço por correntes da arte moderna e da segunda metade do século XX.

O bate-bola mantido por eles é reposto no espaço expositivo, por meio de movimentos de associação entre as obras e, sobretudo, por outro trabalho elaborado pela dupla. Quicada (2024) consiste em uma mesa de pingue-pongue coberta por traços, formas, pinturas e objetos produzidos pelos artistas. Posicionada no centro do espaço, a obra funciona como uma metonímia de Calambur — o movimento veloz da bolinha arremessada de um lado a outro pelas raquetes — ou o do olhar de quem a acompanha — é o mesmo proposto pelo trio que idealizou o projeto: traçar um percurso errático e fugaz pelo universo de cada artista, seu ateliê, suas obras e os artistas olhados por cada um, formando um rastro que embaralhe e reordene nossa mirada sem definições estáticas. ORDINIEDESORDINE, 2024, obra de Guga Szabzon inspirada pelo artista italiano Alighiero Boetti, mais uma referência partilhada, também perpassa esse raciocínio.

Da mesma forma, o título, Calambur, lida com a permutação. Em seu sentido original, designa um jogo de palavras que as aproxima na fala por uma sonoridade semelhante, ainda que tenham significados distintos. Por fim, um zine com as imagens de referência de Guga Szabzon e de Thomaz Rosa foi elaborado para o projeto, em colaboração com o designer Pedro Alencar. Em formato de flipbook, a publicação acompanha uma bolinha que quica página a página, atravessando o universo de referências que informa a pesquisa de cada artista.

Sobre Guga Szabzon. Guga Szabzon explora o feltro como suporte para costura, tecendo imagens em um processo dialógico entre técnica e gesto, no qual a espontaneidade do traço responde à velocidade da máquina. Em sua obra, as linhas marcam impetuosamente a superfície do feltro, formando composições vibrantes de cores e movimentos ou assemelhando-se a paisagens, mapas e estudos cartográficos. A artista teve mostras individuais na Millan e na galeria Travesía Cuatro, em Guadalajara, no México, em 2023. Também foi premiada no programa de residência artística Brasil Goes Berlin, financiado pelo governo alemão, e participou de residências em Portugal e no Brasil.

Sobre Thomaz Rosa. Trabalhadas sob uma compreensão ampliada da pintura, as obras de Thomaz Rosa alternam a abundância de informação visual e a reticência material e a retenção de seu conteúdo. Suas imagens variam entre abstrações, imagens geométricas e figurações. Suas exposições individuais mais recentes aconteceram em Paris, França, em 2024 e em São Paulo e Milão, Itália, em 2023.

Sobre Cristiano Raimondi. Curador independente. Sua visão interdisciplinar combina arte contemporânea, arquitetura, design, história e ciências sociais. Ele estuda artistas brasileiros com um foco especial na abstração geométrica e na “cultura popular”. É diretor artístico do Prêmio Internacional de Arte (PIAC) da Fondation Prince Pierre, Mônaco. Organizou exposições de Thomas Demand, Thomas Schütte, Ettore Spalletti, Eleonore Koch, Christine Sun Kim, Richard Artschwager, Tom Wesselmann, Rubem Valentim e Alfredo Volpi entre outros.

Serviço

Calambur | Guga Szabzon, Thomaz Rosa, Cristiano Raimondi Abertura: Sábado, 8 de fevereiro, das 15h às 19h

Exposição: 8 de fevereiro — 22 de março de 2025

Millan: R. Fradique Coutinho, 1.430, Pinheiros, São Paulo, Brasil Seg. a sex., 10h às 19h | Sábado, 11h às 15h | Entrada gratuita

Millan’s 2025 program opens with Calambur, by Guga Szabzon,

Thomaz Rosa, and Cristiano Raimondi

Opening on the 8th of February, Calumbur establishes the movements and flows that connect the work of Szabzon and Rosa

At 3pm on Saturday 8th February, Millan kicks off its 2025 program with Calambur, a project conceived by Guga Szabzon (b.1987, São Paulo, Brazil), an artist represented by the gallery, painter Thomaz Rosa (b.1989, São Caetano do Sul, Brazil), and curator Cristiano Raimondi (b.1978, Bologna, Italy). Calumbur establishes the movements and flows that connect the production of both artists.

With works by Szabzon and Rosa, as well as pieces made by both pairs of hands, Calambur is the result of a year of dialog and collaboration between the artists. In 2024, each spent time in the other’s studio, exchanging a bank of images that had been kept as a reference, something that, coincidentally, they had already practiced beforehand. These approximations culminated in more experimental actions, with the creation of works where stages were carried out alternately between Guga and Thomaz, as well as works created together, for example, Só não sei se continuo [I Just Don’t Know if I Will Continue] (2024). In the piece, Rosa painted the projected shadows of the bodies of both artists onto a felt surface, a recurrent material in Szabzon’s production.

Cristiano Raimondi, who curated exhibitions by Szabzon at Millan in São Paulo and at Travesía Cuatro gallery in Mexico, in 2023, encouraged this approximation of the artists after noticing similarities in their artistic research. Although their works maintain significant differences, especially in terms of the processes and materials used by each artist, their compositions have in common the line, a suggestion of rapid movement, as well as an appreciation for movements in modern and late-20th- century art.

This to-and-fro between the artists is repeated in the exhibition space, through associations between the works and, above all, in one work by the duo. In Quicada [Bounce] (2024), a ping-pong table is covered in lines, shapes, paintings, and objects produced by the artists. Installed in the center of the space, the work functions as a metonymy of Calambur: the rapid movement of the ball, launched from one side to the other by the bats — or of the eyes of the person watching it — is the same as that proposed by the trio who conceived the project. Tracing the erratic and fleeting course through each artist’s universe, their studios, works, and the artists each observes, forming a trail that shuffles and reorders our gaze without static definitions —the work ORDINIEDESORDINE (2024), by Guga Szabzon, inspired by the Italian artist Alighiero Boetti, yet another shared reference, also works around this logic.

The title Calambur also deals with permutation. In its original sense, the word refers to a game where words are put together based on having a similar sound, even when they have different meanings.

Finally, a zine of reference images from both artists was developed for the project in collaboration with the designer Pedro Alencar. In the form of a flipbook, the publication follows a small ball bouncing from page to page, crossing the universe of references that informs each artist’s research.

About Guga Szabzon. Guga Szabzon explores felt as a medium for sewing, weaving images in a dialogical process between technique and gesture, where the spontaneity of the line responds to the speed of the machine. In her work, lines impetuously mark the felt, forming vibrant compositions of movement and color, or resembling landscapes, maps, and cartographic studies. The artist has had solo exhibitions at Millan and Galería Travesía Cuatro, in Guadalajara, in 2023. She was also selected for the Brasil Goes Berlin residency, funded by the German government, and participated in residencies in Portugal and Brazil.

About Thomaz Rosa. Working with a broad understanding of painting, Thomaz Rosa’s works alternate the abundance of visual information with material reticence and the retention of its content. His images vary between abstraction, geometry, and figuration. His most recent solo exhibitions were in Paris, in 2024, and São Paulo and Millan, in 2023.

About Cristiano Raimondi. An independent curator, Raimondi’s interdisciplinary vision combines contemporary art, architecture, design, history, and social sciences. He studies Brazilian artists with a special focus on geometric abstraction and “popular culture.” He is the Artistic Director of the International Prize of Contemporary Art (PIAC) of the Fondation Prince Pierre, Monaco. Raimondi organized solo exhibitions of Thomas Demand, Thomas Schütte, Ettore Spalletti, Eleonore Koch, Christine Sun Kim, Richard Artschwager, Tom Wesselmann, Rubem Valentim, Alfredo Volpi, among others.

Info

Calambur | Guga Szabzon, Thomaz Rosa, Cristiano Raimondi Opening: Saturday, February 8, from 3pm to 7pm

Exhibition: February 8 — March 22, 2025

Millan: R. Fradique Coutinho, 1.430, Pinheiros, São Paulo, Brazil Monday to Friday, 10am to 7pm | Saturday, 11am to 3pm | Free entry