

Exposição: “Ayrson Heráclito: Yorùbáiano”
Exposição
- Nome: Exposição: “Ayrson Heráclito: Yorùbáiano”
- Abertura: 08 de abril 2022
- Visitação: até 22 de agosto 2022
Local
- Local: Pinacoteca Estação
- Evento Online: Não
- Endereço: Largo General Osório, 66 – Luz – São Paulo – SP
Pinacoteca
de São Paulo exibe “Ayrson Heráclito: Yorùbáiano”
Grande exposição do artista baiano reúne 63
obras, com instalações, fotografias, vídeos,
performances e registros, abordando as
feridas deixadas pela história colonial.
Entrada gratuita de 02abril-22ago2022
A Pinacoteca de São Paulo, museu da
Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo inaugura no
dia 02 de abril de 2022, sábado, às 11 horas, a exposição individual “Ayrson
Heráclito: Yorùbáiano”, do artista Ayrson Heráclito. Originalmente concebida
para o MAR Museu de Arte do Rio em 2021, a versão paulistana de “Yorùbáiano”
ocupa o quarto andar do edifício da Pinacoteca Estação e tem curadoria de Amanda
Bonan, Ana Maria Maia e Marcelo Campos. Na ocasião da abertura, o público poderá
assistir à performance “Segredos Internos” (1994-2010).
Ayrson Heráclito traz à Pina Estação a força
de mitologias africanas que aportaram no Brasil a partir da diáspora, do
sequestro e da escravidão de diversos povos africanos, sobretudo a partir do
século XIX. Na seleção de obras, o artista baiano articula culturas diversas, abarcando
os mitos yorubanos ou nagôs e jejes, a um amálgama cultural único de saberes
ancestrais, ensinamentos, lendas, ritos e visões de mundo distintos que fazem
parte das matrizes religiosas e culturais do candomblé. Por intermédio dos
trabalhos, o público pode conhecer as lendas, “ìtàns” e “orikis”, narrativas tradicionais
que seguem presentes nas ruas, procissões, romances e enredos de escolas de
samba brasileiras, tomando contato com um mundo onde a natureza dos seres e dos
bichos se complementa.
Dividida em três salas, a curadoria de ”Yorùbàiano”
articula três materiais orgânicos que, segundo o artista, compõem histórica e simbolicamente o “corpo
cultural diaspórico”. O açúcar rememora a ganância da monocultura canavieira
escravocrata, evocando ao mesmo tempo a divindade ou orixá Exú, a quem é
ritualmente oferecida a cachaça. Ayrson também se vale da polissemia do azeite
de dendê, ora simbolizando os fluidos vitais do corpo humano.
Em uma das salas, a instalação “Regresso à
pintura baiana” (2002) envolve o tingimento de uma maquete da Igreja do Rosário
dos Pretos, bem como uma parede do museu com o dendê, saindo do campo da
representação da pintura matérica, característica dos anos 1980, para a
instalação, valendo-se do precioso óleo e sua coloração amarelo-terrosa. A
videoinstalação “O pintor e a paisagem” (2011), a instalação “Barrueco” (2003),
além da série fotográfica “Sangue vegetal” (2005), entre outras instalações e
fotografias completam a sala.
A carne curtida no sal ou charque, por sua
vez, alude às violências sofridas pelo povo negro escravizado ao mesmo tempo
que remete ao orixá Ogum, a quem é oferecido o sal nos rituais do Candomblé. Nesse
espaço são exibidas a instalação “Segredos Internos” (1994-2010), documentação
da performance “Transmutação da carne” (2000), além do registro da performance ritualística
“Sacudimento” (2022), realizada pelo artista ao redor do edifício da Pina
Estação, onde funcionou o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), órgão
responsável pela detenção de dissidentes políticos nos anos 1960 e 70.
A terceira sala expositiva encerra a visita
com a grande instalação fotográfica “Borí” (2008-2011), cuja performance foi
adquirida em 2020 pela Pinacoteca por meio de seu programa de Patronos, com
doze grandes fotografias do ritual de fazer a cabeça ou “borí”, representando
cada um dos 12 orixás do xirê. No dia 11 de agosto, o espaço Octógono, no
edifício Pina Luz, será palco do ritual sagrado, com duração de cerca de duas
horas, conduzido pelo artista, com a presença de músicos e 12 iniciados da
religião africana.
Ayrson Heráclito (Macaúbas, Bahia, 1968) é professor
universitário, historiador da arte, curador e ogã de Candomblé de matriz
Jejê-Mahi. Sua trajetória artística inicia-se nos anos 1980 na Bahia. O artista
se consolida, em seus cerca de 35 anos de trajetória, como um dos mais
significativos nomes no Brasil a construir uma obra dedicada a elaborar ritos
de cura, negociando outras relações com um passado nefasto, constantemente
sacudido e ritualisticamente eliminado em banhos de ervas (“ìwá orí”) com águas
frescas (“omi odò tó ń sàn”) ou no alimento oferecido às cabeças (“borí”), para
que se mantenha o equilíbrio do corpo e do espírito.
SERVIÇO:
Exposição: “Ayrson Heráclito: Yorùbáiano”
Curadoria: Amanda Bonan, Ana Maria Maia e
Marcelo Campos
Abertura: 02 de abril de 2022, sábado, às 11
horas
Período expositivo: 02 de abril a 22 de
agosto de 2022
Local: Pinacoteca Estação
Endereço: Largo General Osório, 66 – Luz –
São Paulo – SP
Horários de funcionamento: 10 às 18 horas, de
segunda a sábado
Telefone: (11) 3335 4990
Entrada gratuita