Exposição "Arte Contemporânea Fora do Eixo"

EXPOSIÇÃO

ARTE CONTEMPORÂNEA FORA DO EIXO

A Galeria Poente, convida os interessados para a abertura da exposição de artes visuais “ARTE CONTEMPORANEA FORA DO EIXO”, coletiva com 8 jovens artistas (residentes no Vale do Paraíba e litoral norte), que exploram diversas linguagens (fotografia, vídeo, pintura, colagem, escultura, etc.)  em suas produções.

Trata-se do resultado de uma mentoria realizada pela artista Cristina Suzuki, residente na Grande São Paulo, em parceria com a Galeria Poente. Esta parceria se dá pela afinidade na proposta de fomentar a produção cultural das regiões onde atuam, criando possibilidades para inserção dos territórios no circuito de artes visuais e de expansão na atuação dos artistas locais. Foram realizados dezesseis encontros com o grupo de artistas, onde discutiu-se sobre produção autoral dos participantes, organização de portfolios e diversas outras questões sobre a profissão, munindo o grupo de conteúdo para uma melhor fruição no circuito. A mostra tem fomento do PROAC Expresso Lei Aldir Blanc no 50/2021 da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.

Sobre a curadoria:

Cristina Suzuki é paulistana, vive e trabalha em Santo André, SP. Como artista visual, sua produção se consolida por volta dos anos 2000. Em seu trabalho autoral pesquisa, cataloga e coleciona padrões de diferentes naturezas, trabalha as possibilidades de reprodutibilidade e alternativas de 'pulverização' do trabalho de arte, utilizando gravuras, fotografias, objetos, instalações, desenhos digitais e vídeos. Além de sua pesquisa, desde 2009 atua como produtora cultural, realizando orientação de artistas visuais do entorno e de outras cidades do interior do estado, curadorias com propostas onde promove a circulação de artistas contemporâneos da região (ABC de Artistas) e organização exposições em espaços institucionais e independentes na região do ABC Paulista. Desde 2019 trabalha como mediadora em programas de desenvolvimento para artistas, em projetos independentes e participou de júris em salões de arte (Mapa Cultural Paulista, Santo André, São Bernardo do Campo e Praia Grande). 

Participam da exposição, os seguintes os artistas:

Ana Clara Santos nasceu em São José dos Campos - SP, onde reside. É artista visual, arte educadora e pesquisadora, formada em Artes Visuais pela Univap. Interessada nas várias dimensões dos territórios imagéticos, seus símbolos e habitantes. Acredita na arte que é um convite ao olhar interessado. O conjunto de colagens que a artista está expondo é parte do a pensar elementos que constroem a casa, sendo eles móveis e imóveis, parede e pele, dentro e fora. As casas aqui são portais, espiar da janela. Casa como lugar, podendo ser estado.

André Tietzmann nasceu em Balneário Camboriú - SC em 1981. Vive e trabalha em Caraguatatuba - SP. Artista visual formado pela faculdade de Belas Artes de São Paulo, sua pesquisa transita por paisagens estranhas e grandes corpos, tendo a pintura e o desenho como base para sua expressão. Seus principais projetos são a série Paisagens da Bicicleta e, atualmente, a série Corpus Grandes. Em outubro de 2021 esteve no Kaaysá Art Residency, em Boiçucanga. Participou da Mostra Brazil-China em 2010, tendo sua obra sua no acervo da Arts Bridge Galery, em Pequim.

Antony Pedroso nasceu em São José dos Campos - SP em 1996, onde reside e trabalha. É estudante de Arquitetura e artista visual com produção artística baseada nas suas percepções cotidianas e diálogos entre o espaço e as relações humanas. É fundador e membro do Coletivo Gema, formado por cinco jovens artistas visuais, que vem atuando ativamente na região. Para esta coletiva traz obras série Cotidiano Transmutado, pinturas em óleo sobre tela de cenas do cotidiano, capturadas em suas “caminhadas” pelo Google Street View. Captando ações necessárias que são banalizadas pelo movimento da rotina, Antony visita lugares conhecidos e que lhe despertam afeto.

Barbara Cravo nasceu em Itapeva - SP em 1986. Reside e trabalha em São José dos Campos. É tecelã e pesquisadora independente, Mestra em Têxtil e Moda pela Each-USP, foi selecionada pelo Programa Rumos Itaú Cultural e graduada em Design de Moda pela UEL - PR. Desenvolve em paralelo pesquisas sobre teoria e crítica do design de moda de forma independente, que impulsionam sua produção artística. Nos trabalhos que expõe nessa coletiva, procura encontrar no tecer uma outra forma de contar a passagem do tempo. Desfazer a noção de passagem de tempo a qual estamos habituados. Criar o ambiente de contemplação através dos gestos das mãos, sem estabelecer compromisso com a produtividade, elemento tão caro à nossa sociedade do consumo e do cansaço. Deixar-se guiar pelos gestos repetitivos da prática têxtil cotidiana, explorar o caminho que cada material nos oferece ao se entrelaçar com nossas ideias. Acolher de uma maneira afetuosa o tempo que passa por nossas mãos.

Douglas Marques dos Reis nascido em Jacareí - SP, 1992, onde vive e trabalha. Atuante no cenário das artes visuais urbanas, principalmente no campo da pintura mural.  Tem interesse nas relações cotidianas, se apropria de elementos e signos ordinários que compõem o cenário popular das cidades interioranas brasileiras em suas diversas camadas, promovendo um diálogo sobre pertencimento, afeto e território. Sua investigação se apoia em fotografias de álbuns de família, (de seu acervo e da Internet), fotografias de rua e desenhos de observação que se desdobraram em pinturas. Em sua pesquisa atual se debruça sobre o imaginário coletivo das festas de aniversário, utilizando materiais descartáveis utilizados nestes eventos, usando-os como suporte para a pintura, onde elabora cenas inspiradas em fotos antigas, que narram as diversas camadas que compõem esse evento intergeracional e tão popular.

Raiane Campos nasceu em São José dos Campos - SP em 1992 é estudante de Artes Visuais. Reside em Jacareí, onde a partir de 2019 desenvolve uma pesquisa no registro fotográfico do cotidiano, a conexão e observação do presente em suas nuances e questões, buscando o onírico na possibilidade de contar histórias através das imagens. Fotografar é representar um meio de reflexão e questionamento sobre as formas de vida em seus universos e diversidades. Aprecia e acredita na fotografia como ferramenta de contraposição a uma narrativa única, através das imagens produzidas por aqueles que pertencem ao território. Também pesquisa as linguagens da videoarte e xilogravura. A série Portais propõe o registro por videochamada da perspectiva visual da pessoa fotografada a respeito do seu entorno, de como recebe e observa o ambiente do seu lar, e a relação com o ambiente externo, refletindo sobre como observamos o espaço-tempo que ocupamos e vivemos, utilizando essa ferramenta (videochamada) como possibilidade de estabelecer vínculo no ato do criar em conjunto, de partilhar, se relacionar e aprender com o mundo do outro.

Renat Castillo nasceu em São Paulo - SP em 1992, é cenógrafo, figurinista, artista visual e arte-educador. Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP e formado em Cenografia e Figurino pela SP Escola de Teatro, pesquisa performatividades e contra-colonialidades. É Artista Orientador do Programa Vocacional e co-curador no projeto Artistas Latinas; tendo participado da ArtSampa 2022 e ArtRio Online 2021. Estagiou na Kaaysá Art Residency [2022]; coordenou o projeto 'Corpo em Performance - co-criando territórios' [Lei Aldir Blanc/2020] e participou de exposições como Re-writing Us [Apexart, 2022] e Prague Quadrennial of Space Design and Performance [2019]. Em seus trabalhos presentes nessa coletiva, investiga limites entre corpos e territórios, utilizando-se de suportes como fotografia, vídeo e bordado. Explora a transfiguração de símbolos através de processos fisiológicos e sua relação com elementos orgânicos, friccionando natureza e humano no limiar das dicotomias modernas. Retrabalha os processos da colonialidade de poder por meio da própria imagem.

Thais Freitas nasceu em São José dos Campos - SP em 1994, onde reside e trabalha. É artista visual com graduação em Arquitetura e Urbanismo pela UFV. Seu trabalho transita pelas mais variadas linguagens, tratando dos corpos e as condicionantes impostas. Pesquisa a relação dos corpos com o espaço, especificamente esta dialética sob condicionantes, como a dualidade ‘fraqueza x resistência’, ‘elasticidade x rigidez’, ‘adequação x inadequação’, circulando entre a captação da forma objetiva e material do corpo, da memória e passado, numa tentativa de assimilação e memorização - um ensaio de apreensão de partes para entendimento do todo. Interessa-se pelos elementos de passagem do tempo e efemeridade como componentes relevantes de um corpo no meio. Os trabalhos para essa coletiva tratam das estruturas dos corpos, especificamente dos objetos apresentados sob condições limítrofes. Tenta-se captar a memória do corpo e revelar um outro objeto após o processo a qual foi submetido. Assim, o elemento tempo se torna importante sendo também parte do processo criativo.