Exposição "Antonio Maia: do Nordeste para o Interior de Todos Nós"
Exposição

Exposição "Antonio Maia: do Nordeste para o Interior de Todos Nós"

Exposição

  • Nome: Exposição "Antonio Maia: do Nordeste para o Interior de Todos Nós"
  • Abertura: 13 de setembro 2025
  • Visitação: até 18 de outubro 2025

Local

  • Local: Galeria Ricardo Von Brusky
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Rua Estados Unidos, 336 - Jardim América - São Paulo

Antonio Maia: do Nordeste para o Interior de Todos Nós

 

As Galerias Ricardo Von Brusky e Inox convidam para a exposição individual de Antonio Maia (1928–2008), pintor sergipano de grande relevância no cenário brasileiro, na Rua Estados Unidos, 366 - São Paulo.



Com presença marcante nas Bienais de São Paulo de 1965 e 1967, Maia deixou uma obra única, em que a espiritualidade nordestina ecoa em composições de rara poesia visual.


Antonio Maia é "um artista tipicamente brasileiro, moderno, que usa o popular como matéria de expressão. Não será descabido aproximá-lo a Tarsila do Amaral, embora nele, o componente popular esteja mais próximo das fontes". -


Ferreira Gullar, Arte Contemporânea Brasileira, 1969. 



Apresentando obras de diferentes fases desde os anos 60 até os 90, as Galerias Ricardo Von Brusky e Inox organizaram essa exposição individual do pintor nordestino Antonio Maia (1928–2008) como uma espécie de retrospectiva onde a matéria pictórica do artista canta, discreta e generosamente, e na qual é possível passar em revista alguns dos temas mais caros a ele, identificando sutis mudanças de tratamento artístico dado em sua trajetória.


Sergipano nascido em Carmópolis, o artista foi servir a nação como soldado da Aeronáutica em Salvador antes de chegar ao Rio de Janeiro, então capital do Brasil, aos 27 anos. Foi no Rio de Janeiro que sua obra começou a tomar forma, dizem, espontaneamente. Sua presença no cenário das grandes exposições nacionais e internacionais, com participações consecutivas nas mais importantes Bienais de São Paulo, foi muito marcante. Desde sua participação na 8ª Bienal Internacional de São Paulo em 1965 e da 9ª edição do mesmo evento em 1967, ele se consagrou como um nome relevante da arte no país.


Antonio Maia expressou a profundidade do inconsciente e da alma brasileira ao gravar em sua obra os arquétipos da religiosidade nordestina por meio dos objetos votivos e de um rico universo de símbolos mágicos, comparáveis às figuras do tarô. Sua obra é única e de difícil enquadramento. Porém, embora haja uma "limpeza formal" e a construção elegante de um reducionismo "primitivo", quase concreto em sua pintura, é evidente o quanto a sua liberdade poética, a sua subjetividade emocional o coloca num campo contrário ao racionalismo impessoal do abstracionismo geométrico ou do concretismo. O artista queria uma comunicação mais direta com seu público brasileiro para o qual a realidade vem sempre acompanhada de emotividade, formas arredondadas e é repleta de mistérios.


O principal elemento nordestino que dá figuração em suas obras são as mãos e cabeças de ex-votos, que nos interiores do Brasil são promessas ou oferendas religiosas depositadas em igrejas como um agradecimento por uma graça recebida. Seus ex-votos, tema totalmente nosso, demonstram o mesmo tipo de cabeça elíptica de intuição formal afro-brasileira, tal como foram estudados por Luis Saia, a partir das Missões de Pesquisas Folclóricas organizadas em 1938 por Mário de Andrade.


A obra de Antonio Maia faz pequenas inflexões na memória coletiva. A singularidade de sua pintura reside na tensão entre um reduzido "primitivismo" formal, ausência de ornamento, uma geometrização calma, e o uso de signos arcaicos, arquétipos do inconsciente, e toda essa delicadeza de afetos pictóricos que o artista trouxe lá do nordeste para o interior de todos nós.


Renato Araujo


Serviço

Galeria Ricardo Von Brusky

Rua Estados Unidos, 336 - Jardim América - São Paulo - SP, CEP: 01427-000


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