Exposição "ÀMÌ: Signos Ancestrais"
Exposição

Exposição "ÀMÌ: Signos Ancestrais"

Exposição

  • Nome: Exposição "ÀMÌ: Signos Ancestrais"
  • Abertura: 02 de maio 2023
  • Visitação: até 31 de outubro 2023

Local

  • Local: Espaço Cultural Arte Sesc
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Rua Marquês de Abrantes, 99 – Flamengo – Rio de Janeiro

Arte Sesc abre exposição sobre signos ancestrais com obras de Emanoel Araujo e nomes da nova geração


- Trabalhos de Guilhermina Augusti e Raphael Cruz vão dialogar com obras do fundador do Museu Afro Brasil, que morreu ano passado.

- Mostra "ÀMÌ: Signos Ancestrais" dá sequência ao trabalho do Sesc RJ de tornar público seu acervo de mais de 500 peças.

- Obra em madeira policromada de mais de 2 metros exposta em uma área externa do Sesc Copacabana foi restaurada e volta ao circuito expositivo no Flamengo

- Revelação do jazz contemporâneo, o pianista Jonathan Ferr faz o show de abertura


RIO DE JANEIRO - O Espaço Cultural Arte Sesc (Rua Marquês de Abrantes 99 – Flamengo) abre, no dia 2 de maio, às 18h, a exposição "ÀMÌ: Signos Ancestrais", com pinturas, esculturas e serigrafias que jogam luz sobre os significados dos cultos de matrizes africanas. O espaço receberá 13 obras assinadas por Guilhermina Augusti, Raphael Cruz e Emanoel Araújo – artista plástico baiano falecido ano passado, um dos principais nomes das artes do país e fundador do Museu Afro Brasil, em São Paulo. A mostra será aberta com show do pianista Jonathan Ferr, um dos maiores nomes do jazz brasileiro na atualidade. A entrada é franca. 


O nome da mostra - "ÀMì" - vem da língua yorubá e significa "símbolo". Ela era falada pelo povo de mesmo nome escravizado e comercializado na Costa dos Escravos e trazido ao Brasil na diáspora africana no século XIX. Antes residente abaixo do deserto do Saara, o povo nagô, como ficou conhecido no Brasil, possuía uma riqueza de ritos, cultos e pensamento matemático que acabaram sendo incorporados ao Brasil como parte da cultura nacional.


"Estimulados pela obra de Emanoel Araújo, constante da Coleção Arte Sesc, percebemos um jogo dual que o grande artista nos propunha. Por um lado, a geometrização abstrata, formal; por outro, cores que se relacionam aos cultos afro-brasileiros. Decidimos, então, seguir esta rota, perguntar ao presente sobre o legado deixado por Araújo nas criações mais recentes", explica o curador Marcelo Campos, fazendo referência aos artistas convidados, Guilhermina Augusti e Raphael Cruz, nomes da nova geração cujos trabalhos dialogam em significado com a obra de Emanoel.


Artista trans criou a bandeira hasteada no MAR


A artista trans Guilhermina Augusti vem elaborando reflexões sobre o corpo e suas diversas metamorfoses, utilizando imagens de cunho histórico para recontextualizações. Foca, sobretudo, nas relações entre gênero, sexualidade e racialidade, valendo-se de geometrismos, símbolos e simbologias. Um exemplo é a bandeira hasteada pelo Museu de Arte do Rio (MAR), em maio do ano passado, com as palavras Atravecar e Escurecer, obra selecionada no 8º Prêmio Artes Tomie Ohtake (veja abaixo detalhes sobre o trabalho da artista).   


Nascido na periferia, artista carioca fez residência em Berlim


Nascido e criado no bairro de Irajá, Zona Norte do Rio, Raphael Cruz passeia pela pintura, fotografia, performance e escultura. Suas obras são consideradas uma continuidade orgânica da arte clássica africana em linguagem contemporânea conectada à tríade forma, cor e ritmo - em correlação a signos sacros afrodiaspóricos. Após residência em Berlim, na Alemanha, teve seu trabalho exposto na mostra Nova Vanguarda Carioca, com curadoria de Gringo Cardia, ano passado, na Cidade das Artes (veja abaixo mais sobre Raphael Cruz). 


Obra restaurada de Emanoel é ponto de partida da mostra


Reaberto em janeiro de 2022 depois da restauração da Mansão Figner, o Espaço Cultural Arte Sesc vem se dedicando a tornar acessível ao público obras do seu acervo de mais de 500 peças por meio de diferentes recortes curatoriais.


A mostra inaugural foi "Notícias do Brasil: Carybé, Cícero Dias e Glauco Rodrigues", com gravuras assinadas por esses artistas, em celebração aos 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922. Na sequência, o espaço recebeu "Abstrações", composta por obras de artistas mulheres que exploram o caminho da abstração em diferentes tempos e formas expressivas: Fayga Ostrower, Renina Katz, Anna Letycia e Anna Maria Maiolino (peças do acervo), Ana Cláudia Almeida e Laís Amaral (convidadas).


Desta vez, o embrião de "ÀMÌ: Signos Ancestrais" foi uma peça de Emanoel Araújo que estava exposta em uma área externa do Sesc Copacabana. A obra, sem título, data de 1985, foi feita em madeira policromada e tem 2,5 metros de altura e 1,6 metros de largura. Após restauro e tratamento curatorial, a obra voltará ao circuito das artes visuais.


"A obra ficou durante muitos anos alocada em uma região externa do Sesc Copacabana, aberta à visitação do público, mas não participando de um circuito expositivo. Ela compunha o design da entrada do espaço, sem um diálogo conceitual e curatorial, nem identificação", explica Ana Paula Rocha, museóloga do Sesc RJ.


"A partir da identificação do trabalho, nós fizemos um diagnóstico do estado de conservação, identificamos se as cores são originais, reintegramos algumas perdas na estrutura – que são naturais por causa do tempo e da exposição às intempéries do clima – e fizemos um trabalho de descupinização. Tivemos toda uma preocupação em cima desse acervo para que ele estivesse em plenas condições de exibição, mas respeitando o preceito da interferência mínima", conclui a museóloga.


Além da obra restaurada, a exposição conta com mais três trabalhos oriundos do espólio da família de Emanoel Araújo e que ficam sob os cuidados da galeria Simões de Assis de São Paulo. As demais peças da exposição são trabalhos comissionados para a exposição assinados por Raphael Cruz e Guilhermina Augusti.


Jonathan Ferr apresenta canções do álbum "Cura"


Chamado de "Garoto estandarte do jazz" pelo jornal El País, o pianista carioca Jonathan Ferr é um dos nomes mais celebrados da nova geração do jazz brasileiro. Chamou a atenção do Brasil e do mundo ao transformar o jazz em um gênero mais acessível para as audiências mais populares, valendo-se de influências como o hip-hop, o soul e até o baile funk.


Na abertura da exposição, o artista apresenta músicas de seu mais recente álbum "Cura", que entrou em várias listas de melhores álbuns. O conceito de música medicina está presente em um mergulho profundo no desconhecido, com canções que buscam curar através desta experiência única.


SERVIÇO

Exposição ÀMÌ: Signos Ancestrais

Obras de Emanoel Araújo, Guilhermina Augusti e Raphael Cruz 

Espaço Cultural Arte Sesc (Rua Marquês de Abrantes, 99 – Flamengo – Rio de Janeiro)

Inauguração: Dia 02/05/2022 (terça-feira) - 18h

Show de Jonathan Ferr

Período: 02/05 a 31/10/2023

Visitação: Segunda a sábado, das 12h às 19h – até 31/10/2023

Entrada franca

Mais informações em www.sescrio.orb.br 




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