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Exposição "Aidagara - o entrelugar", individual da artista Claudia Kiatake
Exposição

Exposição "Aidagara - o entrelugar", individual da artista Claudia Kiatake

Exposição

  • Nome: Exposição "Aidagara - o entrelugar", individual da artista Claudia Kiatake
  • Abertura: 21 de agosto 2023
  • Visitação: até 21 de outubro 2023

Local

  • Local: Galpão 556
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Rua Lavradio, 556 - Barra Funda, São Paulo

Galpão 556 abre individual de Claudia Kiatake


Sutileza e visceralidade pontuam exposição que traz cerca de 70 obras, com maioria inédita, nas quais a artista explora técnicas e matérias-primas que remetem à ancestralidade japonesa



Telas, esculturas, pinturas e instalações compõem a exposição ‘Aidagara - o entrelugar’, primeira individual da artista Claudia Kiatake na Galpão 556, que abre em 19 de agosto, na Barra Funda, São Paulo. Obras “viscerais”, nas próprias palavras da artista, são resultado de uma busca e encontro com sua ancestralidade japonesa - atualizada à sua própria existência. Sob a curadoria do pesquisador de cultura e arte contemporânea e membro do Grupo de Estudos Arte Ásia (GEAA - USP/UNIFESP), Allan Yzumizawa, a mostra segue em cartaz na galeria até 21 de outubro.


Aidagara, que significa “entrelugar” segundo o filósofo japonês Tetsurô Watsuji, “remete ao campo de possibilidade em que cada indivíduo coexiste, constrói diferentes caminhos de entendimento e relacionamento diante do Outro”, esclarece o curador. Com a recém descoberta da descendência uchinanchu, povo originário de Ryukyu (ilha de Okinawa, Japão), a artista apresenta para essa mostra criações que há muito permeavam sua produção artística e, agora, sintetizam suas origens por meio de elementos tradicionais como o washi (papel japonês reconhecido em 2014 pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade), tinta preta do sumiê (técnica milenar de pintura remetida à dinastia Tang e aos monges budistas), além da forte presença do fogo como matéria criadora ativa. Allan comenta: “esses elementos coexistem com as formalidades expressivas de gestos viscerais e das adições de outros materiais de modo que as composições se tornam ambivalentes: ora delicadas, ora agressivas – metáforas desse entrelugar.” 


Uma das obras, “Portal: entre o Mundano e o Divino” pode ser considerada um retrato desse momento de identificação com a ancestralidade da artista. A obra faz uma alusão ao Tori, portal xintoísta que representa a transição entre o Mundano e o Sagrado, trazendo para a artista a passagem para dentro de si, já que “o Divino está em nós”. Neste trabalho, dois planos orgânicos de papel washi cobertos de abstrações gestuais, feitas com a cera de vela e o nanquim, são colocados frente a frente e interligados por um cordão de papel, sugerindo uma relação entre as partes que flutuam silentes, dando as boas-vindas à mostra que se apresenta em um momento singular na trajetória de Claudia, como ela pontua. “Estou muito feliz de expor minha produção, que marca os últimos 10 anos de meu trabalho, trazendo as esculturas de início de carreira até as obras mais recentes e inéditas.” 


Ao avançarmos pela exposição, percebemos que tudo está conectado. Na série “MA”, obras feitas em nanquim, aquarela e fio de costura em canvas preparada pela artista, há uma reflexão sobre um importante elemento da cultura japonesa que fala também sobre o vazio e o sutil, temas de pesquisa atual em seus trabalhos. Definido como o “um espaço intervalar”, o ma simboliza o vazio, não por sua vacuidade, mas pelas inúmeras possibilidades do que pode vir a ser, a exemplo do “espaço intervalar entre as notas musicais”, inspiração para esta obra da série “MA”.


Já na Série “Mescla”, na qual cera de vela, folha de ouro e prata, spray em estêncil de renda, fio de cabelo bordado em cambraia de linho esticada em bastidor compõem a obra, uma certa feminilidade paira sobre as criações. Fios de cabelo da artista são delicadamente bordados em um detalhe sutil da composição, além de serem usados em forma de tranças para sustentar o peso das peças. O uso do cabelo nesse trabalho faz referência a um período no Japão na qual se usava os cabelos, principalmente das mulheres, por serem considerados mais fortes, para amarrar as estruturas de madeira das diversas construções da época, conhecida como a técnica de Fushi-Kagi. 


A artista - @claudiakiatake.art


Nascida em 1970, a artista Claudia Kiatake vive e trabalha em São Paulo, desenvolvendo suas criações em um ateliê na Vila Madalena. Estudou Artes Visuais na FAAP (2011) e Desenho e Pintura de Artes Plásticas na Escola Panamericana de Artes (2006). Claudia produz pinturas abstratas utilizando cera de vela, nanquim, aquarela, pigmento e tecido sobre lona, papel algodão ou papel japonês washi, além de esculturas em suportes variados como cobre, aço corten, aço inox, madeira, entre outros. O fio condutor de seus trabalhos é o movimento gestual capturado em uma velocidade atemporal. Atualmente, pesquisa conceitos da estética japonesa como o efêmero, o vazio e o sutil, relacionados à sua ancestralidade, propondo o resgate da cultura de origem de cada indivíduo. Claudia Kiatake  já participou de outras exposições e salões nacionais e internacionais, como a Grande Exposição de Arte Bunkyo, São Paulo (2022), Coletiva Papel também é Arte, Galeria Andreus, São Paulo (2019), Exposição individual na Latin Contemporary Art Advisory NY, Miami (2014), entre outros.


O curador – @allanyzumi


É pesquisador de cultura e arte contemporânea e membro do Grupo de Estudos Arte Ásia (GEAA - USP/UNIFESP). Atua como curador no Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (MACS). Doutorando em História da Arte pela UNIFESP, mestre em Artes Visuais pelo PPGAV-UNICAMP e bacharelado em Artes Visuais pela UNICAMP. Dentre os principais projetos como curador, destacam-se: Corpos da Água Vermelha (Prêmio Proac 2021), “A invenção do herói”, MAC Sorocaba-SP (2022), “O encontro é um lugar impossível”, Centro Cultural dos Correios, São Paulo-SP (2022) e “Exercício Ka’a”, Paço das Artes, São Paulo-SP (2023). Possui interesse nas produções de arte contemporânea deslocadas dos centros hegemônicos e nas manifestações culturais regionais do Brasil e suas relações com as teorias pós-coloniais.


A galeria - @galpao556


O Galpão 556 foi inaugurado em novembro de 2022 pelas mãos da colecionadora Daniela Tonetti. A Galeria fica na Barra Funda, zona oeste da capital paulista e foi criada para ser um novo espaço na cidade para divulgação de novos artistas e talentos já em evidência no mercado atual. O Galpão 556 pretende desenvolver eventos e exposições bimestrais.



SERVIÇO

Exposição Aidagara - o entrelugar

Abertura: 19 de agosto

Horário da abertura: das 13h às 17h

Local: Galpão 556

Endereço: Rua Lavradio, 556 - Barra Funda, São Paulo - SP

Período expositivo: 21 de agosto a 21 de outubro

Horário de funcionamento: de terça à sexta-feira das 10h às 19h e aos sábados das 10h às 17h | fecha aos domingos e feriados


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