Exposição "Abstrações Utópicas"
Exposição

Exposição "Abstrações Utópicas"

Exposição

  • Nome: Exposição "Abstrações Utópicas"
  • Abertura: 08 de dezembro 2023
  • Visitação: até 18 de fevereiro 2024

Local

  • Local: Danielian Galeria
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Rua Major Rubens Vaz, 414, Gávea, Rio de Janeiro

Danielian Galeria prorrogou até o dia 2 de março de 2024 a exposição "Abstrações Utópicas"


A mostra celebra os 70 anos da primeira exposição de arte abstrata feita no Brasil, em 1953, no Quitandinha, em Petrópolis, organizada pelos próprios artistas.


Com aproximadamente 80 obras de mais de 50 importantes artistas, que exploraram o universo da abstração e criaram as bases desta vertente artística, presente até hoje em nosso cenário cultural, e berço da arte contemporânea brasileira. A curadoria é de Marcus de Lontra Costa e Rafael Fortes Peixoto, com consultoria de Anna Bella Geiger, que além de ter participado da exposição de 1953, no Quitandinha, em Petrópolis, também é autora junto com Fernando Cocchiaralle do livro-referência sobre o assunto.

 

Atuante aos 90 anos, Anna Bella Geiger ganhou uma mostra especial, inaugurando o segundo andar do pavilhão recém-construído atrás da casa principal na Danielian Galeria, onde estarão telas e "Macios", em que vem desenvolvendo suas experiências no campo da pintura nos últimos 30 anos.

“Os movimentos abstracionistas – tanto os geométricos como os informais – estruturam todo o pensamento estético da arte contemporânea brasileira. Nos anos 1950 tivemos a Bossa Nova, o projeto da construção de Brasília, o período Juscelinista, o Cinema Novo, e tudo isso embasava as artes visuais por essa questão da construção de um país moderno, que conversasse com o mundo e tivesse suas características próprias. É o nascimento desta vertente estética brasileira determinada pela experimentação e por uma provocação dos cânones da arte que vamos abordar”, conta Marcus Lontra Costa. “A mostra destaca os grandes nomes fundadores desse pensamento da arte brasileira, mas se desenvolve também para um passado recente, percorrendo esta linha de obras abstratas de artistas fundamentais em nossa história. Temos nessa exposição o berço da arte contemporânea brasileira, os artistas seminais”.


Rafael Fortes Peixoto salienta que “Abstrações Utópicas”é “parte de uma seqüência histórica da arte no Brasil que estamos fazendo na Danielian Galeria: do século 19 até o século 21”. “Na primeira, abordamos a ideia de que as modernidades eram mais amplas do que o Movimento Modernista [“Modernidades Emancipadas”, julho e agosto de 2022]. Agora vamos falar sobre os movimentos de abstração que se desenvolvem nos anos 1950 e 1960 a partir de uma necessidade do pós-guerra de olhar o mundo de outras formas”, explica Rafael Fortes Peixoto. “No próximo ano, discutiremos o pop conceitual e arte povera, e em 2025 a Geração 80”, adianta. 


PÓS-GUERRA E A REINVENÇÃO DO MUNDO: ABSTRAÇÕES UTÓPICAS


“No final da Segunda Guerra, os projetos de modernidade da virada do século se mostraram insuficientes”, observa Rafael Fortes Peixoto. “No pós-guerra, esse interesse pela abstração revela a necessidade de criar outras utopias e novos projetos de mundo e de sociedade. Essas abstrações, que chamamos de utópicas, representam a ideia dereinventar o mundo, que havia se mostrado totalmente equivocado”. Ele acrescenta: “As migrações de artistas e intelectuais da Europa para as Américas, como Palatnik e Krajcberg no Brasil, acabaram por descentralizar uma hegemonia artística de séculos, e dinamizar produções e trajetórias a partir de diferentes vivências”, explica.


 Em 1953, o Quitandinha, em Petrópolis sediou a “1ª exposição de arte abstrata”, organizada por iniciativa dos artistas–Décio VieiraeAluísio Carvão, entre outros. Alguns artistas participantes do histórico evento foram Anna Bella Geiger, Lygia Clark, Fayga Ostrower, Aluísio Carvão, Antonio Bandeira, Ivan Serpa, Lygia Pape e Abraham Palatnik. 


Marcosiniciais deste movimento abstrato são as exposições do Grupo Ruptura, em 1952, em São Paulo, e doGrupo Frente, em 1954, na Galeria do IBEU, e, ampliada, em 1955, no MAM Rio. “São grupos que buscam, a partir da abstração geométrica, uma diretriz de produção, de modificação na arte”, diz Rafael,que destaca a importância do movimento neoconcreto de 1959. “Essas pesquisas representam uma profunda modificação, que vai além da arte pela arte, em busca de uma relação vivencial com a arte, principalmente nos trabalhos da Lygia Clark e de Hélio Oiticica”, assinala.


 “Depois dos rompimentos na arte feitos artistas neoconcretos – Lygia Clark com a quebra da moldura, por exemplo – essas relações vivenciais vão abrir caminho para as performances, para os filmes”, destaca.


 “As abstrações informais caminham mais para a gestualidade. São herdeiras de um expressionismo abstrato, e vão abrir as possibilidades para uma relação menos formal com a pintura, mais expressiva. Iberê Camargo, Maria Polo, Wega Nery são muito gestuais. Manabu Mabe, Tomie Ohtake, Flavio Shiró, Iberê Camargo, Maria Polo, Antonio Bandeira eram corporais. Bandeira usava faquinha, virava a tela... Jorge Guinle é um derivativo disso, um ‘descendente’. Anna Bella e Fayga são dos poucos artistas abstratos brasileiros que não são corporais”, diz Rafael Peixoto. Marcus Lontra comenta que “nos anos 1950, Ivan Serpa foi um precursor da abstração geométrica, mas nos anos 1960 muda completamente, e entra em uma fase ligada à questão do expressionismo, da figuração, embora nunca tenha sido um abstrato informal. Nunca perdeu o controle do que fazia. Tem uma relação formal com o informalismo, mais sofisticado”.


 Os artistas geométricos que terão obras na exposição são: Abelardo Zaluar,  Abraham Palatnik, Alfredo Volpi, Almir Mavignier, Aluisio Carvão, Amilcar de Castro, Antonio Maluf,  Bruno Giorgi, Décio Vieira, Dionísio Del Santo, Eduardo Sued, Franz Weissmann, Galvão, Geraldo de Barros, Hélio Oiticica, Hércules Barsotti, Hermelindo Fiaminghi, Ivan Serpa, Lothar Charoux, Luiz Sacilotto, Lygia Clark, Lygia Pape, Milton DaCosta, Mira Schendel,  Montez Magno, Osmar Dillon, Paiva Brasil, Paulo Roberto Leal, Raymundo Collares, Rubem Ludolf,  Rubem Valentim, Samson Flexor, Sérgio Camargo, Sérvulo Esmeraldo, Ubi Bava, Waldemar Cordeiro e Willys de Castro.


 Os abstracionistas informais representados na exposição são: Anna Bella Geiger, Antonio Bandeira, Danilo Di Prete, Fayga Ostrower, Firmino Saldanha, Flávio Shiró, Frans Krajcberg, Glauco Rodrigues, Iberê Camargo, Ione Saldanha, Manabu Mabe, Maria Bonomi, Maria Polo, Tikashi Fukushima, Vicente do Rego Monteiro, Wega Nery e Yolanda Mohaly.


 

SERVIÇO

Danielian Galeria, Gávea, Rio de Janeiro

Prorrogada até 2 de março de 2024

Curadoria: Marcus Lontra Costa e Rafael Fortes Peixoto

Consultoria: Anna Bella Geiger

Entrada gratuita

Danielian Galeria, Gávea, Rio de Janeiro

Rua Major Rubens Vaz, 414, Gávea, Rio de Janeiro, CEP 22470-070 

Segunda a sexta-feira, de 11h às 19h

Sábados, de 11h às 17h

Telefones: +5521.2522.4796 e +55 (21) 98802-8627 

contato@danielian.com.br

https://www.danielian.com.br/

https://www.instagram.com/danielian_galeria/


IMAGENS

Anna Bella Geiger - Carne na Tábua,  68_69 , 70x50 cm, Ed. 32-35, crédito Fernando Costa

Maria Polo - sem titulo - 1968, óleo sobre tela, 65x81 cm, crédito Fernando Costa
Vicente do Rego Monteiro - sem título - 1959, aquarela, acid, 38x26cm, crédito Fernando Costa
Dioniso Del Santo - II, crédito Fernando Costa



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