Sergio Ferro
Na década de 1960, Sérgio Ferro participa do Grupo Arquitetura Nova, com Flávio Império e Rodrigo Lefèvre voltado para uma compreensão do exercício da profissão de arquiteto, simultaneamente como ação cultural, política e produtiva. O grupo realiza propostas de políticas públicas urbanas, ligadas a projetos de habitações populares. Os projetos de residências realizados por Sérgio Ferro no período mantêm diálogo com a produção de Vilanova Artigas (1915 - 1985). Devido à ditadura militar no Brasil, o artista é obrigado a mudar-se para a França em 1972. Passa a dedicar-se à pintura e à carreira docente, lecionando na Escola de Belas Artes e na École Nationale Supérieure d'Architecture de Grenoble [Escola Nacional Superior de Arquitetura de Grenoble], Suíça. Na pintura, realiza obras de caráter figurativo, em que tem como referência grandes pintores da história da arte, retrabalhando principalmente figuras presentes nos desenhos e pinturas de Michelangelo Buonarroti. Para o artista, ao mesmo tempo em que as figuras remetem a Michelangelo, elas se inserem numa outra realidade, porque a luz é cinematográfica e a musculatura, pouco fiel à anatomia e à tradição renascentista. Como aponta o crítico Wilson Coutinho (1947-2003), Ferro se apropria de Michelangelo para dotá-lo de uma apreensão contemporânea. Assim, fragmenta a obra do mestre, deixando ausências, colocando no plano da tela um conjunto de procedimentos modernos para trazê-la como memória de uma imagem dispersa. Nos quadros de Sérgio Ferro, o espaço é construído a partir de elementos gráficos e suas relações na tela. Como nota o crítico Fábio Magalhães, em muitos trabalhos, entretanto, a cor e a colagem intervêm de maneira definitiva, impondo uma nova organização espacial, sobrepondo-se à densidade do grafismo. fonte: enciclopedia Itau Cultural
Por: Galeria Gravura Brasileira