Exposição Kumihimo - A arte do trançado japonês com seda, por Domyo
Exposição
- Nome: Exposição Kumihimo - A arte do trançado japonês com seda, por Domyo
- Abertura: 24 de maio 2022
- Visitação: até 28 de agosto 2022
Local
- Local: Japan House São Paulo
- Evento Online: Não
- Endereço: Avenida Paulista, 52 (2º andar) - São Paulo, SP
Japan House São Paulo exibe mostra
sobre arte do trançado japonês com seda, reconhecido como patrimônio
imaterial do Japão
Exposição Kumihimo explora a história e a evolução da confecção de cordões
de seda e é apresentada pela Domyo, empresa familiar de Tóquio que produz
cordões de seda artesanalmente desde 1652
São
Paulo, maio de 2022 – Entre 24 de
maio e 28 de agosto, a Japan House São
Paulo apresenta a exposição gratuita Kumihimo - a arte do trançado japonês com
seda, por Domyo. Inédita no Brasil, a mostra é apresentada Domyo,
empresa familiar tradicional sediada em Tóquio, que há mais de dez gerações
produz artesanalmente cordões de seda, feitos à mão por artesãos que trabalham
exclusivamente para a companhia. Na exposição, o visitante poderá conhecer a
evolução histórica do kumihimo no
Japão, entender sobre a construção dos trançados, além
de explorar possibilidades futuras para seu uso, tudo isso a partir de três
grandes instalações, mais de 30 reproduções de peças de kumihimo históricos, ferramentas
utilizadas pelos artesãos e vídeos que contam com recursos de acessibilidade. A
exposição faz parte do projeto de itinerância global da Japan House, com
passagem por Los Angeles, agora em São Paulo e, na sequência, Londres.
Em japonês, kumihimo significa "cordas trançadas". O termo é
utilizado para se referir a amarrações de três ou mais feixes de fios de seda, formando
cordões a partir da sobreposição diagonal desses fios de maneira regular e
uniforme. Os resultados podem ser trançados simples, feitos
com três feixes (conhecidos como “trança francesa”),
ou mais complexos, chegando a conter mais de 140 feixes de fios. No Japão, o kumihimo foi utilizado ao longo dos
séculos para diversas funções, como acessórios para vestimentas e ornamentos
para armas e armaduras, apresentando uma evolução única. Um dos tipos mais conhecidos pelos japoneses é o utilizado
no obijime – o cordão que se amarra
por cima da faixa de um quimono tradicional.
Dividida em três momentos - História, Estrutura
e Futuro -, a exposição ocupa todo o segundo andar da Japan House São Paulo, inclusive
uma nova sala com 100 m², que será incorporada a este piso a partir desta
exposição. Na parte histórica, o foco são as origens e evoluções da técnica por
meio dos séculos. Já os suportes usados na produção dos cordões, chamados de marudai (utilizado para produzir cordões
quadrados) e takadai (suporte alto
que permite trançados planos), são apresentados ao público na seção Estrutura,
que também exibe as ferramentas usadas nos processos de tingimento, preparação
dos fios e produção dos cordões. Por último, os visitantes podem conferir as
mais recentes estruturas de trançado desenvolvidas pela Domyo, além de
peças criadas em colaboração com especialistas de áreas como indústria têxtil e
ciência matemática, que apresentam possibilidades de aplicações futuras para a
técnica.
O kumihimo se destaca tanto pela resistência quanto pela
elasticidade, determinadas pelos métodos de trançado e amarração, além da
variação nos ângulos de orientação das fibras, por isso é possível encontrar
estruturas de tubos de carbono semelhantes ao kumihimo em uma série de aplicações industriais, desde tacos de
golfe e aeronaves até próteses ortopédicas. Exclusivamente para esta exposição,
foi criado um modelo baseado em topologia geométrica em parceria com o Tachi
Lab da Universidade de Tóquio. O
modelo apresentado é resultado da atividade deste laboratório, onde pesquisadores criam
estruturas utilizáveis e materiais celulares com propriedades únicas baseados
na geometria do origami, nos sistemas
com articulações, na geometria diferencial e assim por diante. Por meio deste
trabalho, buscam entender a natureza da forma e da função, por meio da
observação e, também, da criação de vários fenômenos. Essa colaboração amplia
matematicamente o potencial oferecido pelo kumihimo de criar padrões
gráficos, estruturas tridimensionais e sistemas funcionais.
Cerâmicas datadas do início do
período Jōmon (entre 5 mil e 6 mil anos atrás) já apresentavam padrões
decorativos de uma forma primitiva de kumihimo impresso, mas os maiores
avanços do kumihimo no Japão ocorreram a partir do período Asuka
(592-710). Sua
tradição permeia desde ornamentos para armas e
armaduras, quimonos e vestimentas para cerimônias, elementos decorativos para
santuários e outros objetos religiosos, bem como nas artes cênicas. Hoje,
a técnica também vem sendo incorporada à moda contemporânea, como nas criações
do estilista japonês Akira Hasegawa (1989).
“Eu trabalho para transmitir, hoje, emoções de cem
anos atrás. Sou movido pela beleza estrutural e pela sensação de aconchego
encontrada em roupas antigas”, comenta Hasegawa.
“Para
nós é muito importante poder colocar o público brasileiro em contato com esse
bem cultural tão significativo do Japão e apresentar a experiência e os
conhecimentos adquiridos pela empresa Domyo desde 1652. Exposições como esta
reforçam a missão da Japan House São Paulo de apresentar o Japão de hoje com
práticas que podem se perpetuar por séculos. E reiteram nossa aproximação com
base também em trançados simbólicos”, comenta Natasha Barzaghi Geenen, Diretora
Cultural da Japan House São Paulo.
Dentro do programa JHSP Acessível, a
exposição Kumihimo - A arte do
trançado japonês com seda, por Domyo, ainda conta com recursos de audiodescrição,
libras e bancada com elementos táteis.
Sobre a Domyo
A instituição Yusoku
Kumihimo Domyo, foi fundada em 1652 na cidade de Edo (a Tóquio da Era Moderna),
e até hoje mantém uma loja na região de Ikenohata, no bairro de Ueno. Durante o
período Edo, a casa Domyo comercializava cordões, produzidos principalmente
para bainhas e empunhaduras de espadas. A partir do período Meiji (1868-1912),
ela começou a vender obijime para se
amarrar sobre as faixas de quimonos, bem como haorihimo, um cordão utilizado para amarrar a parte frontal do haori, espécie de jaqueta formal
utilizada com quimono e que é aberta na parte da frente. Até hoje todos os
produtos da casa são tingidos a mão e trançados por artesãos e artesãs que
trabalham exclusivamente para a Domyo. Outro aspecto importante do trabalho da
instituição é a pesquisa, a restauração e reprodução do kumihimo
histórico, por encomenda tanto do Escritório da Casa do Tesouro Shōsōin da
Agência da Casa Imperial, quanto de vários templos, santuários e museus de todo
o Japão. Tais atividades produziram uma rica variedade de técnicas e conhecimentos,
úteis para fins de pesquisa acadêmica, preservação, disseminação e progresso
dessa tecnologia.
Serviço:
Exposição
Kumihimo - A arte do trançado japonês com
seda, por Domyo
Organização: Yusoku Kumihimo Domyo (Kiichiro
Domyo), Mari Hashimoto
Período: de 24 de maio a 28 de agosto de
2022
Local: Japan House São Paulo – Avenida
Paulista, 52 (2º andar) - São Paulo, SP
Horários:
terça a sexta,
das 10h às 18h; sábados, das 9h às 19h; domingos e feriados, das 9h às 18h.
Entrada
gratuita. Reserva
antecipada (opcional): https://agendamento.japanhousesp.com.br/
A exposição conta com recursos de
acessibilidade (Libras, Audiodescrição, elementos táteis).
Sobre a Japan
House São Paulo (JHSP):
A Japan House é uma iniciativa internacional com
a finalidade de ampliar o conhecimento sobre a cultura japonesa da atualidade e
divulgar políticas governamentais. Inaugurada em 30 de abril de 2017, a Japan
House São Paulo foi a primeira a abrir suas portas, seguida pelas unidades de
Londres e Los Angeles. Estabelecida como um dos principais pontos de interesse
da celebrada Avenida Paulista, a JHSP destaca em sua fachada proposta pelo
arquiteto Kengo Kuma, a arte japonesa do encaixe usando a madeira Hinoki. Desde
2017, a instituição promoveu mais de trinta exposições e cerca de mil eventos
em áreas como arquitetura, tecnologia, gastronomia, moda e arte, para os quais
recebeu mais de dois milhões de visitantes. A oferta digital da instituição foi
impulsionada e diversificada durante a Pandemia de Covid-19, atingindo mais de
sete milhões de pessoas em 2020. No mesmo ano, expandiu geograficamente suas
atividades para outros estados brasileiros e países da América Latina. A JHSP é
certificada pelo LEED na categoria Platinum, o mais alto nível de
sustentabilidade de edificações; e pelo Bureau Veritas com o selo SafeGuard -
certificação de excelência nas medidas de segurança sanitária contra a Pandemia
de Covid-19.