Exposição individual "Trabalho Livre", de Sérgio Ferro
Exposição

Exposição individual "Trabalho Livre", de Sérgio Ferro

Exposição

  • Nome: Exposição individual "Trabalho Livre", de Sérgio Ferro
  • Abertura: 15 de março 2025
  • Visitação: até 15 de junho 2025

Local

  • Local: MAC USP – Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301

ARQUITETURA, ARTE E RESISTÊNCIA


  Sérgio Ferro - Trabalho Livre abre no MAC USP em 15/03


A produção de Sérgio Ferro documenta e desafia as estruturas de poder, evidenciando as tensões entre criação e opressão. A mostra propõe um olhar aprofundado sobre sua trajetória e as formas como sua obra dialoga com as lutas políticas e sociais;


O público terá a oportunidade de explorar a produção do arquiteto por meio de documentos, maquetes, filmes e registros históricos que compõem um retrato profundo de sua trajetória; 


A mostra será realizada no MAC USP de 15/03 a 15/06 e tem entrada gratuita.


 

São Paulo, março de 2025 - O Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP) inaugura Sérgio Ferro - Trabalho Livre, uma exposição que mergulha na trajetória e no pensamento crítico do arquiteto, pintor e teórico cuja obra desafia as relações entre arte, arquitetura e sociedade. A mostra abre ao público em 15/03 e segue até 15/06, com entrada gratuita.


Com curadoria de Fabio Magalhães, Maristela Almeida e Pedro Fiori Arantes, a exposição investiga como Sérgio Ferro desenvolveu um pensamento único sobre o trabalho, a produção artística e a arquitetura, pautado na resistência à opressão e na busca por uma prática verdadeiramente emancipada. A intersecção entre arte e política permeia sua obra, revelando a construção de uma visão crítica que atravessa diferentes campos de atuação.


Desde sua participação no movimento Arquitetura Nova, ao lado de Flávio Império e Rodrigo Lefèvre, Ferro reformulou as bases da crítica arquitetônica. Sua abordagem denuncia a exploração dos trabalhadores da construção civil e propõe uma revisão estrutural da disciplina, indo além da estética e das formas para analisar a materialidade e a organização do trabalho.


O estudo aprofundado da construção de Brasília ocupa lugar central na exposição. Ferro identificou na nova capital um dos maiores paradoxos da modernidade arquitetônica brasileira: enquanto a cidade simbolizava um avanço no discurso do desenvolvimento, os trabalhadores que a erguiam viviam em condições de extrema precariedade. Fotografias cedidas pelo Instituto Moreira Salles ilustram essa contradição e ajudam a contextualizar a crítica do arquiteto ao modelo de produção vigente.

 

Outro eixo relevante da mostra apresenta as casas e escolas projetadas pela Arquitetura Nova, construídas com soluções inovadoras que combinavam técnicas acessíveis e respeito aos saberes tradicionais dos trabalhadores da construção civil. As residências experimentais em Cotia e Butantã, bem como a Escola Estadual Profa. Dinah Balestrero, exemplificam como Ferro e seus colegas buscaram integrar materialidade, função e participação coletiva, sempre com uma preocupação pedagógica em relação ao espaço.


A exposição também expõe a relação de Ferro com a prática pictórica. Seus quadros são uma anatomia do próprio ato de pintar, um processo em camadas que revela a estrutura compositiva, o esboço e a finalização, como se cada etapa do trabalho fosse igualmente parte da obra acabada. Inspirado por mestres como Mantegna, Michelangelo e Van Gogh, Ferro não apenas os reverencia, mas reinventa suas composições para tratar de temas como violência, resistência e opressão. Suas reinterpretações do Martírio de São Sebastião e do afresco de Hamã crucificado, de Michelangelo, questionam os mecanismos da brutalidade e da repressão.


O espaço carcerário também se impôs como parte da experiência criativa de Ferro. Durante sua prisão no Presídio Tiradentes, ao lado de outros intelectuais e artistas como Rodrigo Lefèvre e Sérgio Souza Lima, sua produção artística não cessou. No confinamento, materiais improvisados deram forma a composições que incorporavam colagens, fragmentos, texturas e elementos da precariedade, ressignificando a experiência da reclusão. Essa experimentação reverberou em sua abordagem da pintura, onde a materialidade e a textura se tornaram veículos de expressão política e simbólica.


A relação entre pensar e fazer é um dos pilares da trajetória de Ferro. Para ele, o trabalho artístico é uma das poucas atividades em que pensamento e ação ainda podem coexistir em equilíbrio. Diferente da produção industrial e alienada, a arte preserva a autonomia do criador. Essa perspectiva o levou a refletir sobre o estatuto do artista no mundo contemporâneo e a crise da autonomia do fazer, um tema presente tanto em sua produção plástica quanto em sua escrita teórica.


A exposição Sérgio Ferro - Trabalho Livre oferece um panorama abrangente sobre a obra de um dos mais importantes pensadores da arquitetura e da arte contemporânea. Mais do que uma retrospectiva, trata-se de um convite ao debate sobre o papel do trabalho e da criação na construção de um futuro mais justo e autônomo.


 

Serviço

 

Exposição: Sérgio Ferro - Trabalho Livre

Curadoria: Fabio Magalhães, Maristela Almeida e Pedro Fiori Arantes

Local: MAC USP – Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo

Endereço: Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301, São Paulo, SP

Período: 15/03 a 15/06

Entrada: Gratuita

Mais informações: www.mac.usp.br 



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