

Exposição coletiva "Transe"
Exposição
- Nome: Exposição coletiva "Transe"
- Abertura: 30 de agosto 2025
- Visitação: até 15 de novembro 2025
Local
- Local: Gomide&Co
- Evento Online: Não
- Endereço: Avenida Paulista, 2644
Gomide&Co apresenta Transe, coletiva organizada em parceria com Fernando Ticoulat
Com artistas de diferentes gerações e abordagens, a exposição propõe a arte como campo de transformação sensível, energética e simbólica, um meio para reorganização dos sentidos, da linguagem e da percepção
A Gomide&Co tem o prazer de apresentar Transe, coletiva organizada em parceria com Fernando Ticoulat, que também assina o texto crítico da exposição. A abertura da mostra acontece no dia 30 de agosto (sábado), às 15h, e segue em exibição até 15 de novembro.
Transe reúne artistas de diferentes gerações e abordagens – como Luiza Crosman, Antonio Dias, Rubens Gerchman, Karla , Montez Magno, Cildo Meireles, Mira Schendel, Camile Sproesser, Megumi Yuasa, entre outros –, propondo um percurso que investiga como as práticas artísticas se constituem como meio ativo de reorganização dos sentidos, da linguagem e da percepção. A partir de trabalhos em diferentes linguagens e suportes, a exposição observa como processos técnicos e simbólicos dão estrutura à produção artística e estabelecem vínculos com transformações históricas, culturais e tecnológicas. “A arte é um campo de condensação energética em forma sensível, do cósmico no íntimo: recebe forças, reorganiza o tempo, refaz o mundo. É um objeto tecno-estético imanente, não se coloca fora do mundo, mas o reconfigura a partir de suas entranhas: energia, matéria, desejo, linguagem", comenta Ticoulat.
O conceito parte da noção de que toda forma sensível é também uma forma de energia em organização. Mais do que transmitir mensagens ou representar narrativas, as obras reunidas na exposição operam por transformação: elas reorganizam energia em forma, emoção em estrutura, matéria em linguagem. No lugar de apresentar significados prontos, cada trabalho se constrói como um sistema em movimento, no qual diferentes elementos – visuais, materiais, técnicos ou afetivos – se articulam em composições abertas e dinâmicas. O que se vê são formas que se atualizam diante do olhar: estruturas que vibram, imagens que condensam tempo, gestos que convidam à escuta. A exposição propõe, assim, um mergulho em processos artísticos que não apenas representam o mundo, mas que o refazem sensivelmente.
Entre as obras em exibição, destacam-se as duas pinturas em grande formato de Camile Sproesser, criadas especialmente para a ocasião. Com dimensões de 5 x 5 metros cada, as obras serão instaladas nas vitrines da galeria voltadas para a rua, estabelecendo um diálogo entre o espaço interno e o exterior. Intituladas respectivamente O dia e A noite, as pinturas celebram os ciclos da natureza por meio de símbolos solares e lunares, refletindo sobre a dualidade entre razão e instinto, claridade e sombra. Outro destaque é o site-specific proposto por Luiza Crosman para a pilastra central da galeria, concebida como um símbolo de ascensão espiritual e conexão entre terra e céu. Inspirada pela imagem da Escada de Jacó, presente na tradição alquímica e religiosa, a obra explora a ideia de uma alquimia contemporânea, na qual elementos materiais e simbólicos são utilizados para refletir sobre a crise ambiental, a espiritualidade não religiosa e a transformação subjetiva do ser humano.
A exposição se desenvolve a partir de ideias recorrentes, como a relação entre energia e materialidade, a articulação entre natureza e técnica e o papel da arte na produção de sentido, mas evita se organizar em seções temáticas ou cronológicas. O que se propõe é um ambiente de relação entre obras que operam em registros distintos, mas compartilham o interesse por processos de transformação. Ao abordar questões ligadas ao tempo, à informação, à matéria e à percepção, a mostra propõe uma leitura expandida da arte como um campo de operações simbólicas que participa ativamente da construção subjetiva e sensível do mundo contemporâneo. O título da exposição reforça esses aspectos ao explorar o duplo sentido da palavra “transe”: por um lado, o substantivo que remete a um estado alterado de consciência; por outro, o verbo no imperativo que possui conotações de natureza sexual.
Transe acontece durante a 36ª Bienal de São Paulo, inserindo-se no ciclo de exposições dedicadas à discussão de temas relacionados à América Latina realizadas pela Gomide&Co na época de um dos principais eventos artísticos globais. Em 2018, a galeria apresentou Estratégias conceituais, mostra com um recorte de obras vinculadas à arte conceitual produzida no continente sul-americano durante regimes ditatoriais. Em 2021, foi realizada Nosso Norte é Sul, exposição que colocou em diálogo peças têxteis ancestrais do período pré-colombiano com obras concretas, neoconcretas e contemporâneas da América Latina. Já em 2023, a galeria exibiu O curso do Sol, onde foram abordadas narrativas ligadas à diáspora japonesa na América Latina por meio de obras de artistas nipo-diaspóricos e de artistas latino-americanos cujas práticas dialogam com a cultura visual japonesa a partir de referências culturais e políticas locais.
A coletiva Transe reúne obras dos artistas: Hércules Barsotti (1914–2010), Waltercio Caldas (1946), Luiza Crosman (1987), Antonio Dias (1944–2018), Yolanda Freyre (1968), Rubens Gerchman (1942–2008), Karla Knight (1958), Montez Magno (1934–2023), Cildo Meireles (1948), Tomie Ohtake (1913–2015), Abraham Palatnik (1928–2020), José Resende (1945), Mauro Restiffe (1970), Mira Schendel (1919–1988), Camile Sproesser (1985), Amelia Toledo (1926–2017), Megumi Yuasa (1938).
Sobre Fernando Ticoulat
Fernando Ticoulat é curador de arte e gestor cultural desde 2012. Assinou a curadoria e a produção executiva de diversas exposições no Brasil e no exterior. Com passagens por galerias e instituições, Ticoulat também colabora com revistas e publicações especializadas. Bacharel em Direito pela Fundação Getúlio Vargas (São Paulo) e pós-graduado em Arte: Crítica e Curadoria pela PUC-SP, atualmente é mestrando em Teoria Crítica na European Graduate School (Suíça). É fundador e diretor-executivo da Act Arte, escritório de inteligência que trabalha em diversas frentes no mundo das artes desde 2017.
Serviço
Exposição: Transe
Local: Avenida Paulista, 2644 – São Paulo-SP
Abertura: 30 de agosto – sábado – 15h
Período expositivo: 30 de agosto a 15 de novembro de 2025
Horários de visitação: segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, sábado das 11h às 17h
Entrada gratuita
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