

Exposição coletiva “Ruído Estelar"
Exposição
- Nome: Exposição coletiva “Ruído Estelar"
- Abertura: 07 de junho 2025
- Visitação: até 16 de agosto 2025
Local
- Local: Nara Roesler São Paulo
- Evento Online: Não
- Endereço: Avenida Europa, 655
Nara Roesler São Paulo apresenta a exposição
Ruído Estelar
Abraham Palatnik, Amelia Toledo, Artur Lescher, Brígida Baltar, Bruno Dunley, Cao Guimarães, Heinz Mack, Julio Le Parc, Laura Vinci, Mônica Ventura, Paulo Bruscky, Rodolpho Parigi, Tomás Saraceno e Tomie Ohtake
Luis Pérez-Oramas, diretor artístico da galeria, e o Núcleo Curatorial Nara Roesler selecionaram 36 obras a partir da ideia do ruído das estrelas, identificado em 1932, e localizado em 1974, emitido a partir do centro da Via Láctea, na constelação de Sagitário. Em 1974, se descobriu que a origem do ruído estelar era um gigantesco buraco negro, mais massivo 4,3 milhões de vezes do que o Sol, e resultado de um colapso estelar.A exposição sugere ao público uma metáfora em que o mundo das formas artísticas possa ser compreendido como campos de ressonância, em um constante exercício de tornar atual a energia figural que as constitui e que nunca cessa de se transformar, de se transfigurar.
A Nara Roesler São Paulo tem o prazer de convidar para a abertura da exposição “Ruído Estelar”, com 36 obras dos artistas Abraham Palatnik, Amelia Toledo, Artur Lescher, Brígida Baltar, Bruno Dunley, Cao Guimarães, Heinz Mack, Julio Le Parc, Laura Vinci, Mônica Ventura, Paulo Bruscky, Rodolpho Parigi, Tomás Saraceno e Tomie Ohtake, selecionadas por Luis Pérez-Oramas, diretor artístico da galeria, e pelo Núcleo Curatorial Nara Roesler. A abertura da exposição será no dia 7 de junho de 2025, das 11h às 15h, e ela ficará em cartaz até 16 de agosto de 2025.
Para os curadores, as obras de “Ruído Estelar” constituem um conjunto metafórico que sugere que talvez o mundo das formas artísticas – recipientes eles próprios de energias vitais e mnemônicas – possa ser compreendido em termos de “campos” ressonantes, como a realidade que nos é revelada pela física. Esses seriam campos de “figurabilidade”, onde as formas nunca cessam de emergir, carregando dentro de si a ressonância de outras formas – consciente ou inconscientemente, passadas ou presentes, esquecidas ou inesquecíveis – em um constante exercício de tornar atual a energia figural que as constitui e que nunca cessa de se transformar, de se transfigurar.
O ponto de partida foi a “música das estrelas”, ouvida, identificada e registrada pela primeira vez em 16 de setembro de 1932, às 19h10, nos campos de Nova Jersey por Karl Jansky (1905-1950), físico e engenheiro especializado em ondas de rádio. Empregado pelos Laboratórios Bell Telephone, ele tinha a tarefa de estudar as fontes de interferência “estática” nas comunicações radiotelefônicas transatlânticas. Para fazer isso, Jansky construiu um dispositivo receptor de ondas de rádio, e ao longo de três anos conseguiu definir três tipos de recepções estáticas: tempestades próximas, tempestades distantes e o que chamou de “um chiado persistente, também de origem estática, cuja fonte é desconhecida”. Com sua antena giratória, no entanto, Jansky pôde identificar a direção de onde os sinais estavam vindo. O estranho chiado ocorria exatamente a cada 23 horas e 56 minutos — quatro minutos a menos que um dia solar — correspondendo assim à duração de um dia sideral. A maior intensidade registrada em 16 de setembro de 1932 permitiu-lhe sugerir que a origem do ruído não vinha do sistema solar, mas do centro da Via Láctea, na constelação de Sagitário. Alguns dias depois, Jansky afirmou que as ondas de rádio que ele havia captado realmente vinham do “centro de gravidade da galáxia”.
Anos depois, em 1974, no Observatório Nacional de Radioastronomia, Bruce Balick e Robert Brown descobriram o objeto no centro da Via Láctea de onde se originava o chiado que Jansky havia registrado: Sagitário A*, o imenso buraco negro, 4,3 milhões de vezes mais massivo do que o sol, e resultado de um colapso estelar.
RUÍDO DAS ESTRELAS
O ruído das estrelas é o leve chiado de um passado sideral, o traço deixado pelos holocaustos de origem, que primeiro nos alcançou através da antena de Jansky. Desde então, outras canções tênues foram registradas: ressonâncias cósmicas de fundo ou, mais recentemente, o minúsculo ruído de dois buracos negros massivos colapsando a bilhões de anos de distância — a certeza de que ondas gravitacionais existem em um espaço-tempo curvo pelo efeito de massas astrais. Mas mesmo os cientistas mais experientes não sabem o que acontece dentro de um buraco negro. Alguns pensam que tempo e espaço podem de fato se dissolver ali, perdendo toda a orientação.
A partir das obras de Laura Vinci, Abraham Palatnik, Tomás Saraceno, Tomie Ohtake, Bruno Dunley, Monica Ventura, Artur Lescher, Cao Guimarães, Paulo Bruscky, Rodolpho Parigi e Julio Le Parc, a exposição busca sugerir uma cena análoga em que as obras de arte seriam objetos que, como as antenas de Jansky, capturam ressonâncias de fundo de seus próprios campos figurais. Ou por imitarem a aparência de dispositivos técnicos (Saraceno, Vinci, Ventura, Lescher); ou por apresentarem composições semelhantes à representação e ao registro de ressonâncias cósmicas (Le Parc, Dunley, Palatnik, Ohtake, Parigi); ou por incluírem, com tons irônicos, referências a rádios e antenas de rádio (Guimarães, Bruscky).
SOBRE NARA ROESLER
Nara Roesler é uma das principais galerias de arte contemporânea do Brasil, representa artistas brasileiros e latino-americanos influentes da década de 1950, além de importantes artistas estabelecidos e em início de carreira que dialogam com as tendências inauguradas por essas figuras históricas. Fundada em 1989 por Nara Roesler, a galeria fomenta a inovação curatorial consistentemente, sempre mantendo os mais altos padrões de qualidade em suas produções artísticas. Para tanto, desenvolveu um programa de exposições seleto e rigoroso, em estreita colaboração com seus artistas; implantou e manteve o programa Roesler Hotel, uma plataforma de projetos curatoriais; e apoiou seus artistas continuamente, para além do espaço da galeria, trabalhando em parceria com instituições e curadores em exposições externas. A galeria duplicou seu espaço expositivo em São Paulo em 2012 e inaugurou novos espaços no Rio de Janeiro, em 2014, e em Nova York, em 2015, dando continuidade à sua missão de proporcionar a melhor plataforma possível para que seus artistas possam expor seus trabalhos.
Serviço
Exposição “Ruído Estelar – Abraham Palatnik, Amelia Toledo, Artur Lescher, Brígida Baltar, Bruno Dunley, Cao Guimarães, Heinz Mack, Julio Le Parc, Laura Vinci, Mônica Ventura, Paulo Bruscky, Rodolpho Parigi, Tomás Saraceno e Tomie Ohtake”
Nara Roesler São Paulo
Abertura: 7 de junho de 2025, às 11h
Até: 16 de agosto de 2025
Entrada gratuita
Nara Roesler, São Paulo
Avenida Europa, 655
Segunda a sexta, das 10h às 19h
Sábado, das 11h às 15h
Telefone: 55 (11) 2039 5454
info@nararoesler.art
Canais digitais:
Instagram – @galerianararoesler
Facebook – @GaleriaNaraRoesler