SÃO PAULO
/2012
Naïve #46
Ficha Técnica
Ano: 2012
Fotografia
Contemporâneo
Colorido
110 cm 110 cm 5 cm
Descrição
A série de 2012 começou com a descoberta da cor branca que Gabriel Wickbold nunca havia usado anteriormente. As imagens fortes, por vezes brutais, retratam o ciclo da vida e colocam em xeque o corpo humano e sua condição efêmera no mundo, com o homem colocado novamente no centro da cadeia alimentar. "Em vez de ser só a ponta da cadeia, na posição de quem apenas tira de maneira desmedida da terra, eu quis colocar o homem quase como um adubo para a vida, um adubo para começar uma reinterpretação", diz Wickbold. "Essas reflexões trazem sentido para questões do meu universo. Acredito que temos que construir imagens esteticamente fortes, mas que possuam um sentido emocional e que nos provoquem”. Para chegar ao resultado final, o artista usa um sofisticado processo de criação. Primeiro, o rosto do modelo passa por um processo de pintura e craquelamento com uma camada espessa de tinta, resultante de pequenos movimentos da face. Logo após essa etapa, é necessário lixar algumas vezes os excessos e acrescentar elementos encontrados na natureza. Pássaros preservados pela técnica da taxidermia, folhas, plantas e outros objetos são justapostos à pele branca, fossilizada dos modelos. Quando começou a série, Wickbold usava os corpos de modelos, e depois se fixou apenas em seus rostos porque acredita que a conscientização entre o homem e a natureza está muito ligada à ganância do homem. E cada uma dessas cabeças foi encontrando seu próprio equilíbrio, o que também leva à uma interpretação de que cada uma daquelas imagens estava buscando um equilíbrio na relação entre o homem e a natureza. "A série mostrou diversas cabeças e diversos elementos porque a natureza é complexa e eu queria explorar diversos níveis de cor e a paleta de cor da natureza. Então usamos desde as flores e as folhas mais simples até elementos mais rebuscados que exigem um pouco mais de técnica sem esquecer que todos os processos estavam envolvidos diretamente com a fotografia", conta Wickbold. Usando esse modelo como suporte e mais uma vez reforçando a ideia de o homem ser uma instalação, o artista colocou a mão diretamente do processo. "Acabei cada vez mais largando a câmera e indo até o modelo fazer a pintura com as próprias mãos, usando mais a fotografia como uma forma de capturar aquelas imagens e congelar aquele momento para transformar em um quadro".
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