Marianna Cury

 Desde que me conheço por gente, tenho uma ligação profunda com a arte e a imagem — em especial, com a fotografia.

A primeira vez que segurei uma câmera, aos sete anos, senti o encantamento imediato. Foi na escola Waldorf Rudolf Steiner que aprendi as primeiras técnicas de laboratório, despertando ainda mais minha curiosidade por esse universo.

Mais tarde, na Faculdade de Artes Plásticas da FAAP, aprofundei meu olhar artístico. Na mesma época, cursei fotografia em preto e branco na Imagem & Ação. Naquele tempo, ainda não havia cursos superiores voltados exclusivamente à fotografia — por isso, para aprender a “ser fotógrafa”, era preciso viver a prática, acompanhar, observar.

Foi exatamente isso que fiz ao longo de quatro anos no Estúdio da Editora Abril (1993–1997), onde tive a experiência mais significativa da minha formação: trabalhar como assistente de grandes nomes da fotografia brasileira, com acesso a equipamentos de alto nível e vivências no mundo editorial, da moda e da arte. Ali portas se abriram e se consolidou meu caminho.

Ao longo desse percurso, também busquei formação complementar: participei de cursos na Universidade da Califórnia, em Berkeley — Studio Craft & Lighting e Advertising Photography in Studio —, além de workshops no Brasil com profissionais como Henrique Lorca, J.R. Duran, Leco (Casablanca) e Renato Russo. Participei de leituras de portfólio promovidas pela Fujifilm e de exposições fotográficas.

A fundação do meu próprio espaço, o Estúdio Bertram, foi um passo natural — onde pude me firmar como fotógrafa profissional e desenvolver projetos autorais com liberdade.

Hoje, sigo o que mais amo: deixo meu olhar fluir sem me prender a fórmulas, explorando a simplicidade, a beleza natural e as pequenas maravilhas do mundo.