Marcello Grassmann
No início de sua carreira destaca-se o contato com a obra de Oswaldo Goeldi (1895-1961) e também com a de Lívio Abramo (1903-1992). Nas primeiras xilogravuras estão presentes arabescos e pontilhados obtidos por meio da madeira de topo. Em 1949, realiza a série Cavaleiros Noturnos, com figuras militares em negro, recortadas sobre fundo branco. Posteriormente, surge em sua temática a presença de figuras fantásticas, como sereias, harpias (monstros fabulosos com rosto de mulher e corpo de ave), pequenos demônios, cavalos, peixes, seres em parte humanos e em parte animais, relacionados a um universo mágico. Passa a utilizar a litogravura, na qual seu desenho se revela mais fluente. Para a crítica Aracy Amaral (1930), após uma obra de caráter mais ligado ao expressionismo, no início da carreira, Grassmann passa a explorar o universo mítico e fantástico. O artista recorre freqüentemente a motivos ligados ao imaginário medieval e renascentista. Ao longo de sua carreira, interessa-se por história da arte e mitologia. Como aponta o artista, sua obra tem como referências os seres criados pelo pintor Hieronymus Bosch (ca.1450-1516) e a obra de Alfred Kubin (1877-1959), com quem tem contato por ocasião de sua estada em Viena. O artista alia uma simbologia gráfica extremamente rica a uma técnica muito pessoal e refinada. Para Lívio Abramo "Entre o complexo mundo interior do artista e a realização plástica o caminho é curto: complicados arabescos, estranhas simbioses de seres humanos e animais, metamorfoses reveladoras de desejos e angústias, sentido poético e grande liberdade formal ...". Um dos gravadores brasileiros mais respeitados, Marcelo Grassmann revela-se profundo conhecedor dos meios e técnicas gráficas. fonte: enciclopedia Itau Cultural
Por: Galeria Gravura Brasileira