Francisco Rebolo Gonsales
(São Paulo, São Paulo, 1902 - São Paulo, São Paulo, 1980).
Pintor e gravador.
Em dois períodos de sua vida artística Rebolo dedicou-se a gravura.
De 1959 a 1962 trabalhou em mais de 20 matrizes de xilogravura.
Mais tarde, de 1970 a 1980, sob estímulo de Marcello Grassmann e outros amigos gravadores produziu cerca de 50 matrizes de água-forte e litografias.
A xilogravura representou uma continuação das monotipias, processo que Rebolo praticou nos anos 50 com expressivos resultados.
Voltando a gravura nos anos 70, Rebolo passou para o metal e conseguiu, com o cobre, uma forte simbiose ao aquarelar algumas de suas águas-fortes.
Muitas vezes é uma tentação para o pintor que grava utilizar-se das gravuras como uma fonte de experiências colorísticas apoiadas em uma mesma composição. Para um pintor sempre preocupado com pesquisas relacionadas a cor - caso de Rebolo - tal exercício permite um processo de comparação que se reflete em suas pinturas.
Talvez o mais importante a ser destacado nas gravuras de Rebolo é que elas podem ser e são apreciadas por sua condição de gravuras. Em sua obra a gravura tem autonomia e vai muito além das utilização como um instrumento adicional para o desenvolvimento dos óleos. Observa-se que o pintor produziu expressivas gravuras com gosto e por gosto.
Submetidas as placas aos processos de impressão tradicionais tem-se a constatação de uma qualidade altamente definida, como e enquanto gravuras. A apreciação dessas obras nos revela o Rebolo gravador com recursos muito próprios, faceta que se junta as suas qualidades de pintor e desenhista. Pela primeira vez uma expressiva amostra dessa produção de gravuras é apresentada ao público de forma conjunta.
(texto do catálogo da exposição "Rebolo, Cores do Brasil-óleos e gravuras" realizada no Espaço Cultural Vivo
Por: Galeria Gravura Brasileira